25/05/2013
Gazeta do Povo
Tecnologia | Pág. 20
Clipado em 27/05/2013 05:05:22
Mercado de impressão 3D começa a se firmar
As impressoras fabricadas no Brasil estão mais baratas e começam a ficar mais acessíveis para pequenas e médias empresas e até para uso doméstico

O mercado de impressão 3D começa a ganhar corpo no Brasil. Com pelo menos três modelos à venda no país, os preços das máquinas caíram. Também há empresários apostando em gráficas rápidas de objetos e lojas virtuais especializadas em produtos de impressão 3D.

O preço das impressoras vendidas aqui varia de R$ 3,7 mil a R$ 8 mil. A qualidade da máquina depende principalmente de duas variáveis: resolução e volume. O primeiro item se refere à precisão com que o produto será impresso. Por exemplo, na hora de montar uma peça de Lego, as impressoras com resolução de 0,15 milímetros e de 0,5 milímetros podem gerar resultados bastante diferentes, especialmente nas partes mais delicadas da peça, como os pequenos pinos de encaixe localizados na superfície. A segunda variável está ligada ao tamanho das peças que podem ser feitas com a impressora.

A Metamáquina, de São Paulo, teve início após arrecadar R$ 30 mil pela plataforma de financiamento colaborativo Catarse, em março do ano passado. Os três sócios – Felipe Sanches, Filipe Moura e Rodrigo Rodrigues da Silva, egressos da Universidade de São Paulo – apostaram no hardware livre para desenvolver seus aparelhos. O primeiro modelo da impressora criou as peças das outras máquinas – por isso o nome da empresa. Hoje, a Metamáquina conta com mais sete funcionários, está com vagas abertas e se prepara para lançar a segunda versão da impressora. “Nossos clientes são principalmente da indústria, dos mais variados segmentos, que precisam da impressora para ‘prototipar’ alguma coisa durante o processo de produção. Também tem muito arquiteto e designer usando as impressoras, além de universidades”, diz Moura.

No Brasil, também estão à venda a Cliever C1, feita pela Cliever, empresa incubada na PUC-RS, e a Cube, importada pela Robotec, de São Paulo. Elas custam R$ 4,6 mil e R$ 6,7 mil, respectivamente.

Makerbot

O empresário curitibano Gui Barthel, fundador do NZN, grupo que controla os sites Baixaki e Tecmundo, entre outros, comprou duas impressoras 3D da marca Makerbot, uma das mais conhecidas no mundo. Elas saem por pouco mais de US$ 2 mil nos EUA, mas com as taxas de importação e impostos, chegam ao Brasil custando pouco mais de R$ 11 mil. Ele aposta que a personalização de produtos será uma tendência forte com a popularização das impressoras.

Nicolas Mancini é um dos que pensam em entrar nesse mercado. Atualmente funcionário do NZN, ele explica que há falta de know how, especialmente na fabricação de produtos de alta resolução – caso em que as máquinas de impressão chegam a custar R$ 200 mil. “Na área de prototipagem de alta resolução, como no design de joias, o mercado ainda é muito carente”, diz.

O que já estão fazendo

De pizza a sutiã. Veja algumas das coisas que já estão fazendo com as impressoras 3D ao redor do mundo:

Moda e roupas

O N12 é um biquíni feito pela marca Continuum Fashion e a primeira linha de roupas conhecida a ser toda impressa em máquinas 3D

Você Startrooper

Quem for pra Disney pode imprimir o seu próprio rosto num boneco de Startrooper, personagens da saga Star Wars. A loja fica no Darth´s Mall, perto da montanha-russa do Aerosmith, no parque Disney’s Hollywood Studios

Comida

Até comidas poderão ser feitas com as impressoras. Um projeto financiado pela Nasa está em fase inicial, mas já consegue “imprimir” comida que mistura carboidratos com chocolate. A meta é imprimir uma pizza em breve

Medicina

Nesta semana, a Universidade do Michigan divulgou que uma peça criada em impressora 3D salvou a vida de um garoto. A máquina criou uma prótese de traqueia, que foi implantada com sucesso num bebê