ROGER SCRUTON, FILÓSOFO britânico alinhado com o pensamento conservador, participa hoje em Porto Alegredo Fronteiras do Pensamento
"Não é incomum ser um conservador. É invulgar, no entanto, ser um intelectual conservador." É assim que o filósofo britânico Roger Scruton apresenta as suas ideias ao leitor em um de seus mais celebrados livros, Como Ser um Conservador (editora Record).
Para Scruton, a imensa maioria dos acadêmicos está mais à esquerda do espectro político. E os conservadores, acusados de reacionários, preconceituosos, sexistas ou racistas, enfrentam um ambiente cultural cada vez mais hostil.
No Brasil, porém, o intelectual espera encontrar um ambiente amistoso. Aclamado como uma espécie de guru da nova direita brasileira, ele chega ao país para duas palestras no ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento. A primeira é hoje, em Porto Alegre. A segunda será na quarta-feira, em São Paulo. Polêmicos, muitos de seus pensamentos inspiram os discursos da corrente política em ascendência no país.
Por onde passa, Scruton costuma colecionar controvérsias. A mais recente ocorreu em abril, quando foi demitido de um cargo voluntário no governo da primeira-ministra britânica Theresa May porque negou a islamofobia como um problema e fez declarações antissemitas.
Ele não parece se importar que seus pensamentos causem desconforto. Em recente entrevista a Zero Hora, pontuou que os conservadores simplesmente dizem o que as pessoas querem ouvir:
- A maioria das pessoas não tem problemas de identidade sobre gênero sexual e aspectos raciais. Elas estão interessadas naquilo que compartilham com as outras (o seu país e a ordem política), não nessas pautas relevantes apenas para pequenas minorias de grandes cidades.
ADMIRADO POR OLAVO DE CARVALHO
Nem só de política vive Scruton. Os mais de 30 livros publicados pelo autor também passam por temas como filosofia e estética - o segundo, um assunto considerado caro ao intelectual. O autor defende que a beleza é um valor real, universal e indispensável. No documentário Por que a Beleza Importa?, produzido pela BBC, ocupou-se de construir o seu argumento: "Penso que estamos perdendo a beleza e existe o perigo de que, com isso, percamos o sentido da vida. Nosso mundo virou as costas para a beleza e, por causa disso, nos encontramos rodeados de feiura e alienação", diz, antes de direcionar ataques à arte moderna.
Há uma década, o conservadorismo de Scruton era restrito a poucos brasileiros - entre eles, Olavo de Carvalho, idealista de Jair Bolsonaro. À época, Olavo proferia críticas à imprensa por não dar espaço a Scruton.
Hoje, o britânico tem mais 10 livros traduzidos no Brasil e já deu entrevistas aos principais jornais e revistas do país. Mas, mesmo popular, recorre à discrição ao ser questionado por ZH sobre o presidente:
- Não sei nada a respeito. Seria muito grosseiro da minha parte começar a criticá-lo sem fazer uma análise. Deixe-me ver, quando chegar, o que eu acho.
Talvez, agora, Scruton já tenha colhido as suas primeiras impressões - e as compartilhe nessa noite, no Salão de Atos da UFRGS.
O Fronteiras do Pensamento Porto Alegre é apresentado por Braskem, com patrocínio Unimed Porto Alegre e Hospital Moinhos de Vento, parceria cultural PUCRS, e empresas parceiras Unicred e CMPC. Universidade parceira UFRGS e promoção Grupo RBS.
FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2019
PRÓXIMOS CONVIDADOS
-19 de agosto - Denis Mukwege
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz, o médico ginecologista congolês ficou conhecido pelo atendimento a mulheres vítimas de violência sexual durante os 12 anos de guerra civil no Congo.
-2 de setembro - Janna Levin
Física teórica e astrônoma norte-americana, é referência na pesquisa sobre buracos negros e ondas gravitacionais no espaço-tempo.
-23 de setembro - Werner Herzog
Cineasta alemão autor de clássicos como Fitzcarraldo (1982). O inquieto realizador alterna os registros na ficção e no documentário destacando temas como a relação do homem com a natureza e, mais recentemente, com a tecnologia.
-21 de outubro - Contardo Calligaris
Psicanalista, colunista e escritor italiano radicado no Brasil.
-11 de novembro - Luc Ferry
Escritor, professor, filósofo e ex-ministro da educação da França, é um humanista clássico que vem fazendo, em seus livros e conferências, um conjunto de reflexões em direção a uma vida melhor vivida. Autor do best-seller Aprender a Viver (1996).
Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama,110), exceto no dia 21/10, quando será realizado no Salão de Atos da PUCRS.
Ingressos: pacote para as seis conferências a R$ 1.410 e R$ 2.245 (vip pass, com acesso à sala vip, coquetel e outras vantagens). Valores parcelados em até cinco vezes sem juros no cartão de crédito. Vendas em sympla.com.br. Vagas limitadas. Informações no portal fronteiras.com e pelo telefone 4020.2050.
"Não é incomum ser um conservador. É invulgar, no entanto, ser um intelectual conservador." É assim que o filósofo britânico Roger Scruton apresenta as suas ideias ao leitor em um de seus mais celebrados livros, Como Ser um Conservador (editora Record).
Para Scruton, a imensa maioria dos acadêmicos está mais à esquerda do espectro político. E os conservadores, acusados de reacionários, preconceituosos, sexistas ou racistas, enfrentam um ambiente cultural cada vez mais hostil.
No Brasil, porém, o intelectual espera encontrar um ambiente amistoso. Aclamado como uma espécie de guru da nova direita brasileira, ele chega ao país para duas palestras no ciclo de conferências Fronteiras do Pensamento. A primeira é hoje, em Porto Alegre. A segunda será na quarta-feira, em São Paulo. Polêmicos, muitos de seus pensamentos inspiram os discursos da corrente política em ascendência no país.
Por onde passa, Scruton costuma colecionar controvérsias. A mais recente ocorreu em abril, quando foi demitido de um cargo voluntário no governo da primeira-ministra britânica Theresa May porque negou a islamofobia como um problema e fez declarações antissemitas.
Ele não parece se importar que seus pensamentos causem desconforto. Em recente entrevista a Zero Hora, pontuou que os conservadores simplesmente dizem o que as pessoas querem ouvir:
- A maioria das pessoas não tem problemas de identidade sobre gênero sexual e aspectos raciais. Elas estão interessadas naquilo que compartilham com as outras (o seu país e a ordem política), não nessas pautas relevantes apenas para pequenas minorias de grandes cidades.
ADMIRADO POR OLAVO DE CARVALHO
Nem só de política vive Scruton. Os mais de 30 livros publicados pelo autor também passam por temas como filosofia e estética - o segundo, um assunto considerado caro ao intelectual. O autor defende que a beleza é um valor real, universal e indispensável. No documentário Por que a Beleza Importa?, produzido pela BBC, ocupou-se de construir o seu argumento: "Penso que estamos perdendo a beleza e existe o perigo de que, com isso, percamos o sentido da vida. Nosso mundo virou as costas para a beleza e, por causa disso, nos encontramos rodeados de feiura e alienação", diz, antes de direcionar ataques à arte moderna.
Há uma década, o conservadorismo de Scruton era restrito a poucos brasileiros - entre eles, Olavo de Carvalho, idealista de Jair Bolsonaro. À época, Olavo proferia críticas à imprensa por não dar espaço a Scruton.
Hoje, o britânico tem mais 10 livros traduzidos no Brasil e já deu entrevistas aos principais jornais e revistas do país. Mas, mesmo popular, recorre à discrição ao ser questionado por ZH sobre o presidente:
- Não sei nada a respeito. Seria muito grosseiro da minha parte começar a criticá-lo sem fazer uma análise. Deixe-me ver, quando chegar, o que eu acho.
Talvez, agora, Scruton já tenha colhido as suas primeiras impressões - e as compartilhe nessa noite, no Salão de Atos da UFRGS.
O Fronteiras do Pensamento Porto Alegre é apresentado por Braskem, com patrocínio Unimed Porto Alegre e Hospital Moinhos de Vento, parceria cultural PUCRS, e empresas parceiras Unicred e CMPC. Universidade parceira UFRGS e promoção Grupo RBS.
FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2019
PRÓXIMOS CONVIDADOS
-19 de agosto - Denis Mukwege
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz, o médico ginecologista congolês ficou conhecido pelo atendimento a mulheres vítimas de violência sexual durante os 12 anos de guerra civil no Congo.
-2 de setembro - Janna Levin
Física teórica e astrônoma norte-americana, é referência na pesquisa sobre buracos negros e ondas gravitacionais no espaço-tempo.
-23 de setembro - Werner Herzog
Cineasta alemão autor de clássicos como Fitzcarraldo (1982). O inquieto realizador alterna os registros na ficção e no documentário destacando temas como a relação do homem com a natureza e, mais recentemente, com a tecnologia.
-21 de outubro - Contardo Calligaris
Psicanalista, colunista e escritor italiano radicado no Brasil.
-11 de novembro - Luc Ferry
Escritor, professor, filósofo e ex-ministro da educação da França, é um humanista clássico que vem fazendo, em seus livros e conferências, um conjunto de reflexões em direção a uma vida melhor vivida. Autor do best-seller Aprender a Viver (1996).
Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama,110), exceto no dia 21/10, quando será realizado no Salão de Atos da PUCRS.
Ingressos: pacote para as seis conferências a R$ 1.410 e R$ 2.245 (vip pass, com acesso à sala vip, coquetel e outras vantagens). Valores parcelados em até cinco vezes sem juros no cartão de crédito. Vendas em sympla.com.br. Vagas limitadas. Informações no portal fronteiras.com e pelo telefone 4020.2050.