18 de Outubro de 2017
  • Zero Hora
  • Sua vida
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Reunião de conciliação termina sem acordo

APÓS DECISÃO QUE LIBEROU O ABATE de cerca de 300 cervos com suspeita de tuberculose, deputada tenta pedido de reconsideração na Justiça

Uma audiência de conciliação proposta pela deputada estadual Regina Becker (Rede) com empreendedores do Pampas Safari terminou sem acordo, ontem, no Foro Central Prédio II, em Porto Alegre. Após a liminar que impedia o sacrífico de cerca de 400 cervos do Pampas Safari, em Gravataí, com suspeita de contaminação por tuberculose bovina ter sido cassada no início do mês, a reunião buscava evitar a continuidade no abate de animais no parque.

Sem acordo entre a deputada e os empreendedores do Pampas Safari, segue o trâmite judicial que poderá permitir a volta de abates de animais, dependendo da emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) pela Secretaria Estadual da Agricultura no trânsito das espécies entre o parque e o frigoríficos. A família Febernati, proprietária do Pampas, apresentou às autoridades uma proposta de encerramento das atividades que prevê o sacrifício dos cervos como alternativa.

- Foi um choque muito grande ouvir dos advogados que representam os proprietários do Pampas Safari que os animais vão virar picanha, filé e alcatra e que, para eles, cada animal vale R$ 10 mil e que, ao todo, são mais de R$ 4 milhões que estão sendo discutidos. Ficou claro que trata- se apenas de interesse financeiro - afirmou a parlamentar.

PARA MILITANTES, MOTIVO DE MATANÇA É FINANCEIRO

Os advogados do Pampas Safari não quiseram se manifestar sobre as afirmações da deputada.

- O que podemos dizer é que não houve conciliação. O processo segue seu trâmite normal - resumiu o advogado Everton Staub, que representa a família Febernati, proprietária do Pampas Safari.

Ainda na tarde de segunda-feira, a deputada Regina Becker teve um pedido de reconsideração indeferido pelo desembargador Armínio Abreu Lima da Rosa, responsável pela decisão que cassou a liminar que impedia o sacrifício de animais no Pampas Safari, com o argumento de preservação da "saúde pública". Até o momento, pelo menos 20 cervos do parque foram abatidos

- Esta determinação do Tribunal de Justiça não representa o desfecho final do processo, pois o recurso contra a decisão do desembargador ainda será julgado. Reafirmo meu compromisso em lutar pelos animais, por todos nós - explicou a deputada.

Durante a audiência, cerca de 20 integrantes do Movimento pela Libertação Animal fizeram protesto em frente ao Foro Central (Prédio II), na Rua Manuelito de Ornelas, reivindicando o retorno da liminar que impedia o abate de animais no parque.

Eles defendem que não há indícios ou exames que comprovem que os cervos do Pampas Safari estão doentes e afirmam que a motivação para os sacrifícios é apenas financeira.