18 de Outubro de 2017
  • Correio do Povo
  • Cidades
  • P. 16
  • 64.00 cm/col

Audiência sobre abate termina sem acordo

Reunião ocorreu no Fórum da Capital entre a deputada Regina Becker e advogados do Pampas Safari

Um grupo de defensores da causa animal realizou protesto, na tarde de ontem, em frente ao Fórum de Porto Alegre, contra o abate dos cervos do Pampas Safari, localizado em Gravataí. A manifestação ocorreu ao mesmo tempo em que, dentro do prédio, os advogados da família proprietária do parque e a deputada estadual Regina Becker participavam de uma audiência de conciliação sobre o tema, que acabou sem acerto entre as partes.

No último dia 5, o desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa, do Tribunal de Justiça do Estado, concedeu, a partir de recurso dos proprietários, efeito suspensivo à liminar que proibia o abate dos animais, concedida no final de agosto. O sacrifício seria necessário devido a um surto de tuberculose, cujo controle não teria tido sucesso, segundo a defesa do parque.

Ontem, os manifestantes encenaram a morte de quatro cervos fêmeas prenhes que estavam entre os 20 animais que já teriam sido abatidos, de um grupo de cerca de 400. “Fazemos isso para que o caso fique mais conhecido, e a população perceba que foi enganada pelo Pampas Safari por 40 anos”, disse a organizadora do protesto, Juliana Coube. Ela afirmou que o próximo ato deverá ser direcionado ao governador José Ivo Sartori. “Somente ele pode desapropiar o parque”, justificou.

Após a audiência, a deputada lamentou a falta de acerto na tentativa de conciliação. “O que ficou claro, primeiro, é que a decisão da Justiça do Estado cassou os efeitos da liminar, mas o abate não está autorizado”, relatou. Regina ainda apontou que o abate dos cervos seria sucedido pela venda deles. “Cada animal vale R$ 10 mil, portanto trata-se de R$ 4 milhões. A nós, a tentativa é de salvar as vidas. Infelizmente, a gente constatou que, para eles, o único interesse é financeiro”, afirmou.