26 de Julho de 2017
  • O Informativo do Vale
  • Geral
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Carne de frango é o segundo produto mais exportado do RS

Avicultura é o principal item da produção agropecuária na região e aumento nas vendas é visto como possibilidade de crescimento da cadeia produtiva, que é quase um terço do todo do Estado

O primeiro semestre de 2017 fechou positivo às exportações de frango no Rio Grande do Sul. Dados consolidados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Estado apontam que o produto é o segundo que mais pesou na balança comercial de janeiro a junho de 2017. Ao todo, foram vendidas para o exterior 338 mil toneladas de carne. Tudo indica que o ano está para o frango, que na região é um dos principais produtos do setor primário.

Para a cooperativa Languiru, que vende para 40 países ao redor do mundo, a exportação de produtos como cortes de carne e derivados de ave manteve-se equilibrada. Os mercados de maior volume da cooperativa são Iêmen, Emirados Árabes Unidos, Iraque e Hong Kong - todos no Oriente Médio e na Ásia. “A Languiru conta com clientes parceiros de longa data, para os quais, mantemos um compromisso em atender as suas demandas, tanto o cliente interno como o externo. Desta forma, podemos afirmar que o foco é manter o equilíbrio de volume entre os mercados”, define o presidente da cooperativa, Dirceu Bayer.

Segundo ele, a manutenção dos volumes comercializados no primeiro semestre de 2016, já são indicativo de uma relação positiva com o mercado, com a perspectiva de manutenção da cadeia produtiva na região.

Novos parceiros comerciais

Conforme o economista pesquisador da FEE Tomas Torezani, a carne de frango, vista sob o ponto de vista das exportações sempre é um produto importante na economia do Rio Grande do Sul. Prova disso é o crescimento da venda do produto lá fora. “O frango subiu duas posições, considerando a venda nos seis primeiros meses do ano passado. Neste primeiro semestre, ele assume a vice-liderança, atrás da soja, que historicamente é um produto muito exportado pelo Estado.”

Torezani diz, ainda, que houve uma ampliação de mercado de exportação da carne gaúcha. “O Egito é o maior destino destes cortes, e é no novo parceiro do Brasil na compra de carne de frango. Sozinho, o país importou 40 mil toneladas do Brasil no período”, reforça. Segundo o economista, mercados em crise como o da Venezuela, deixaram de comprar cerca de dez mil toneladas de frango gaúcho, no entanto, nem isso fez com que o produto reduzisse de volume na exportação.

TENDÊNCIA

Conforme o estudioso da FEE, a possibilidade de ampliação da venda da carne de frango no exterior até o fim é grande. “Não é um produto sazonal, como tantos outros exportados pelo Brasil. Trata-se de um mercado que está sendo aberto muito pela qualidade e pelas normas de controle sanitário atendidas pelo Brasil”, projeta. Segundo o especialista, 2017 pode ser considerado o ano do “frango” no mercado internacional para o Rio Grande do Sul.

CONTINUIDADE

De acordo com Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), os dados referentes às exportações brasileiras da terceira semana de julho apontam que os embarques de carne de frango do mês seguem com resultados positivos em relação tanto ao mês anterior como ao mesmo mês de 2016. A estimativa da entidade é que o mês feche com 362 mil toneladas de frango exportado - 5% a mais do que no ano passado.

Produto principal

De acordo com a presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Cíntia Agostini, de todo o frango criado e abatido no Rio Grande do Sul, a produção regional responde por 28%. “Considerando a agropecuária do Vale, o frango é o nosso principal produto, seguido pelos suínos e gado de corte.”

A venda maior do frango no exterior, segundo Cíntia, é potencializada pela desvalorização cambial. Em outras palavras, o produto nacional torna-se mais barato lá fora, podendo ser porta de entrada para a novos parceiros comerciais. “Isto é um fator importante e que pode sim elevar como um todo a cadeia produtiva da região. Estes dados favorecem a região, visto sobre a possibilidade da abertura de novos mercados”, destaca.