31 de Julho de 2020
  • Zero Hora
  • Marta Sfredo
  • P. 15
  • 15.00 cm/col

PIB assustador

O tombo de 32,9% no PIB anualizado dos Estados Unidos no segundo trimestre assustou os brasileiros. É o que nos espera em 1º de setembro, quando o IBGE anunciar o resultado no Brasil? Não.

As projeções máximas de queda para o segundo trimestre no Brasil estão em torno de 15%, mas a média é de 10%. Os EUA usam cálculo anualizado, ou seja, como o PIB se comportaria caso se estendesse por quatro trimestres. No Brasil, há comparação entre o resultado ao trimestre anterior e a igual intervalo do ano anterior. Ely José de Mattos, economista, professor da Escola de Negócios da PUCRS, avalia:

- Os EUA têm grande inserção global. Em muitos Estados houve lockdown. Outra questão é o desemprego, que nos EUA chegou a níveis piores do que os da crise de 1929. Isso concentra a queda. Lá, o próximo período não deve ser tão ruim. Aqui, devemos ter um trimestre menos pior, mas mais trimestres negativos.


Petrobras tem prejuízo de R$ 2,7 bi
A Petrobras teve prejuízo de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre. Houve até melhora em relação ao primeiro trimestre, quando a perda havia sido de R$ 48,5 bilhões.

Ajudou um ganho com a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins com efeito de R$ 10,9 bilhões no resultado. Conforme a empresa, sem isso "teria sido pior devido aos impactos da covid-19 em nossas operações, com reflexo nos preços, margens e volumes".

O resultado da maior empresa do país reforça o cenário de temporada de fundo de poço. O gráfico acima já dá uma ideia do que deve ocorrer com os balanços do segundo trimestre. Entre as empresas que já apresentaram as informações do período, a "queda padrão" nos lucros está ao redor de 40%. Há exceções para o bem, como a alta de 48% nos resultados da Vale, já esperada, e para o outro lado, como o tombo de quase 60% da CSN, fora de escala dos dois primeiros dias.