19 de Janeiro de 2018
  • Zero Hora
  • Marta Sfredo
  • P. 17
  • 30.00 cm/col

Novelas também terminam no RS

Era audível o alívio na voz da secretária de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado, Ana Pellini, ao relatar o esforço para liberar a licença de instalação (LI) da ampliação da fábrica da Todeschini em Bento Gonçalves. Não era para menos. A novela se arrastava desde 2013.

Era o tipo de problema que ajuda a construir a fama de "Estado Islâmico do Rio Grande do Sul" - como a coluna soube recentemente que a subsidiária local de uma grande empresa nacional chamava a província, devido à quantidade de interditos. Mas se uma novela que parecia interminável se encerrou, aumenta a expectativa de que um dia isso ocorra com mais frequência.

Ao conceder a LI, a Fepam destrava R$ 450 milhões em investimento e a contratação de até 1,5 mil pessoas. Por mais que a permanência estivesse assegurada, havia grande incerteza sobre o momento que seria possível pôr mãos à obra.

É bom lembrar que o enredo passou até por um flerte da direção com o governo de Alagoas durante o período de negociação, com ameaça de tirar a produção de móveis dessa marca do Estado. Ana Pellini afirma que, em contatos recentes, a direção da empresa confirmou o interesse em manter o investimento.

A licença prévia (LP), primeira fase do licenciamento, foi concedida em fevereiro de 2016. Nesse período, explica a secretária, a empresa teve de apresentar um projeto adaptado às exigências constantes da LP, adotar medidas mitigatórias e até comprar áreas de preservação permanente para compensar as que serão ocupadas pela ampliação da fábrica.

- Pelo tamanho e pelo local, não era um projeto simples, foi preciso até mudar leis municipais em Bento Gonçalves para permitir a ampliação - observa a secretária.

A entrega oficial da LI será feita na próxima semana, no Palácio Piratini, pelo governador José Ivo Sartori à direção da empresa.