21 de Maio de 2020
  • Correio do Povo
  • Arte & Agenda
  • P. 27
  • 88.00 cm/col

Chico César em live nesta quinta

No projeto ‘No Meu Canto’, a transmissão será às 21h pelo Instagram do PUCRS Cultura

VERA PINTO

A série de lives “No Meu Canto” se expande, a partir deste mês, convidando artistas de diversos lugares do Brasil para apresentarem seus trabalhos ao vivo, de suas casas. Promovida pelo Instituto de Cultura da PUCRS, neste dia 21 tem como convidado Chico César, às 21h, no perfil do Instagram @pucrscultura. Jornalista, cantor, compositor e escritor, Chico César tem sua carreira marcada pela irreverência, criatividade e poesia. Lançou nove álbuns: “Aos Vivos” (1995), “Cuscuz Clã” (1996), “Beleza Mano” (1997), “Mama Mundi” (2000), “Respeitem os Meus Cabelos Brancos” (2002), De “Uns Tempos pra Cá” (2005), “Francisco, Forró y Frevo” (2008), “Estado de Poesia” (2015) e “O Amor é um Ato Revolucionário” (2019).

Autor de muitos sucessos consagrados pelo público, como “Mama África” e “À Primeira Vista”, Chico já teve suas composições gravadas por vários intérpretes da música brasileira, como Maria Bethânia, Gal Costa, Vanessa da Mata, Elba Ramalho, Itamar Assumpção e Zeca Baleiro. Ainda em 2020, uma bela e inspirada trilha sonora da adaptação para o teatro de “A Hora da Estrela”, romance de Clarice Lispector, ganha sua assinatura. Mas essa não é sua primeira experiência com trilhas de espetáculos: em 2017, o artista fez as músicas de “Suasuna – O auto do Reino do Sol”, em uma parceria com Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, e colaboração de Bráulio Tavares. A obra de Chico César condensa o infinito cordão umbilical que o une às suas raízes. O músico foi homenageado por um cientista, Domingos Cardoso que, ao descobrir uma espécie nova de flor na Bahia, a batizou de Aeschynomene chicocesariana. Na época impactado pelo álbum “Estado de Poesia”, especialmente pela música “Reis do Agronegócio”, ele decidiu homenagear o cantautor, emprestando seu nome à flor localizada em Chapada Diamantina. “Acho bonito, me sinto lisonjeado”, declarou sobre a iniciativa. Quando a pandemia chegou ao Brasil, Chico estava divulgando a turnê alusiva aos 25 anos do disco “Aos Vivos”, o lançamento de “O Amor é um Ato Revolucionário” e ainda estava às voltas com o show “Violivoz”, em duo com Geraldo Azevedo, todos interrompidos. “Tudo será retomado no tempo certo.

Eu tenho feito videoaulas do ‘Aos Vivos’ desde antes da pandemia em si. Uma para cada canção. Acho que as pessoas estão curtindo, tem tempo pra isso”, declara. Recentemente, ele elaborou uma playlist comemorativa do 25° aniversário deste álbum, seu primeiro registro fonográfico, com faixas de diversos períodos de sua trajetória, pelo Spotify e YouTube. No contexto da Covid-19 e ações de amparo à classe artística, não considera que haja ações efetivas: “Não vejo ações do governo de amparo à sociedade nem aos artistas. Não sei o que acontece em outros países”. A obra de Chico César condensa o infinito cordão umbilical que o une às suas raízes. Autor dos livros “Cantáteis” e “Versos Pornográficos”, também atuou como gestor cultural, como presidente da Fundação Cultural de João Pessoa e secretário de Cultura do Governo da Paraíba. A respeito da atividade em que mais se sente à vontade, dispara: “Compor e cantar minhas canções é o maior desafio e onde mais gosto de estar”, conclui.