14/10/2020 GZH | gauchazh.clicrbs.com.br Geral VÍDEO: resgate de bugio no Rio Jacuí viraliza nas redes sociais Fato ocorreu em Cachoeira do Sul, no feriado de 12 de outubro. Especialista aprovou como os amigos agiram no momento de ajudar o animal Um almoço entre amigos, na localidade de Três Vendas, em Cachoeira do Sul, no feriado de 12 de outubro, acabou marcado pelo resgate de um bugio no Rio Jacuí. O inusitado episódio foi registrado em vídeo, que viralizou nas redes sociais.  Os amigos estavam no almoço comemorativo do grupo que serviu em 1992 no 3º Batalhão de Engenharia de Combate, em Cachoeira do Sul. Por volta do meio-dia, um deles, que pescava às margens do Jacuí, viu o macaco reduzir a velocidade do nado durante a travessia. Ele já havia nadado cerca de 100m dentro do rio. Na mesma hora, o grupo entrou no barco e decidiu auxiliá-lo.  - Não entendo de animais silvestres, mas no momento em que alcancei o remo, ele ficou quietinho. Não teve nenhuma reação. Ele estava muito cansado, mesmo sendo um animal selvagem. Em nenhum momento, tentamos trazê-lo para o barco. Ele é muito bonitinho, mas é um animal silvestre e não é doméstico. Só fizemos o que estava ao nosso alcance para ele conseguir atravessar - contou Cléber.  As imagens, filmadas pelo caminhoneiro Renato Quadrado, de Guaíba, de 47 anos, mostram o animal nadando lentamente contra a correnteza do rio. Ele estava tentando atravessar o Jacuí. O barco com Renato e outros três amigos se aproxima do macaco na tentativa de auxiliá-lo. Neste momento, o também caminhoneiro Cléber Martins, 46 anos, estende um remo para o bugio se equilibrar. O macaco segura a madeira, sem tentar se aproximar do barco. Os amigos reduzem a velocidade do motor para que o bicho se mantenha equilibrado até a outra margem, onde é deixado sobre as árvores e segue seu destino. - Aquele trecho do rio tem muita correnteza. Para deixarmos o barco parado, precisamos de uma âncora bem pesada. O bugio corria o risco de não chegar na outra margem - conta Cléber.  Cléber estendeu o remo e Renato gravou a cenaRenato Quadrado / Reprodução de Vídeo- Fechamos o encontro do grupo com um final completamente diferente. Inesquecível - resume Renato.  O especialista em primatas e professor titular na Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), Júlio César Bicca-Marques, viu o vídeo e aprovou a iniciativa dos amigos de Cachoeira do Sul.  - É comum que os bugios nadem. É claro que eles evitam isso e tudo depende do tipo de ambiente aquático que eles estão atravessando. Estas pessoas que fizeram este, digamos, resgate, agiram corretamente. Ele (o bugio) estava nadando devagar. Acredito que ele estava cansado, por conta da correnteza que o levava para longe da margem. Os amigos não correram risco porque mantiveram o animal na ponta do remo e não tentaram se aproximar dele. O animal não os atacaria por isso. Se algum deles tentasse colocar a mão, o animal poderia tentar se defender - comenta o professor. Alguns macacos não nadam, mas os bugios são capazes de nadar, de acordo com o especialista. Bicca-Marques relata que este não é o primeiro caso que ele vê em vídeo de um bugio atravessando um rio. Num dos mais recentes, o animal, que também estava cansado, subiu no barco e foi de carona, mesmo ficando distante da tripulação.  - As pessoas devem evitar o contato próximo com os animais silvestres. Não devem tentar um contato físico porque ele pode, ao se defender, acabar atacando - alerta o especialista em primatas.