15/06/2016
Jornal VS
Negócios | Pág. 8
Clipado em 15/06/2016 06:06:23
PIB gaúcho do primeiro trimestre é de - 4,3%
Agropecuária, indústria e serviços registraram queda

Porto Alegre - Índice que mede toda a riqueza produzida, o Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho do primeiro trimestre de 2016 fechou negativo em -4,3%. Divulgado nesta terça-feira, em coletiva na sede da Fundação de Economia e Estatística (FEE), o encolhimento, no comparativo com igual período do ano passado, ainda é menor que o índice brasileiro obtido no mesmo período, de -5,4%. O decréscimo se explica pela negativação nos principais setores, como Agropecuária, Indústria e Serviços. Carro-chefe da economia estadual e geralmente responsável pela "salvação da lavoura", a Agropecuária teve queda de -8,1%, três vezes mais que os 2,4% do último trimestre de 2015.

Conforme o coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha, fruto das "condições climáticas adversas, que impactaram, em especial, na cultura do arroz". Na indústria, o percentual foi de -6,3% e nos serviços a diminuição atingiu -2,5%, ante 3,4% do ano passado. Segundo Rocha, os de sempenhos pífios desses setores colaboraram para puxar para baixo a taxa trimestral do Valor Adicionado Bruto (VAB) Total, que caiu 4,2% ante os - 5,7% no trimestre anterior. Todavia, esse viés de baixa, no olhar do presidente da FEE, já mostra pequena recuperação da economia. Colaborou: José Nunes Setor calçadista apresentou dados positivos "As quedas são de menor magnitude, mas a retomada exige outras condições.

Sem o equacionamento do déficit fiscal os investimentos não retornarão", ponderou o coordenador Roberto Rocha. Um dos principais agentes para a reversão de um cenário que se percebia no Estado quando o assunto era o PIB, o setor coureirocalçadista foi um dos poucos segmentos gaúchos da indústria de transformação a apresentar crescimento nos três primeiros meses do ano passado. Além dos calçadistas, os setores de celulose, fumo, produtos alimentícios, produtos químicos e refino tiveram incrementos.

Apesar do tombo, melhoras na indústria

A desaceleração na retração da indústria também foi destacada por Roberto Rocha, ilustrando a redução da taxa da queda da indústria de transformação. "De 16,1% no último trimestre 2015 para 7,7% agora, considerando que há mais de quatro trimestres as quedas da atividade vinham sendo de mais de dois dígitos. Aponta que parte da transformação está tendo, em algum grau, melhores resultados", assinalou. A explicação para isso residiria nas expor tações. No primeiro trimestre, dados divulgados pela FEE em abril último mostraram que o volume da indústria de transformação havia crescido 16, 4%. No setor de serviços, o comércio diminui sua queda para -8,4% agora, ante -12,9% no quarto trimestre do ano passado. Todavia, no restante dos serviços, apenas a intermediação financeira melhorou no primeiro trimestre de 2016 em relação ao quarto trimestre de 2015 (-0,4% e -0,8%, respectivamente).

"Empresas continuam passando dificuldades"

Para o diretor do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo (Sindimetal), Valmir Pizzutti, os resultados demonstram que não ocorreu a estabilidade econômica no Estado. "Mesmo tendo um resultado um pouco melhor que em outros meses, as empresas continuam passando dificuldades e com isso continua com a redução de quadros. Não tem nenhuma perspectiva de melhora para esse ano", avalia Pizzutti. Segundo ele, o setor empresarial tem feito um grande esforço muito grande para se manter ativo. A falta de confiança na economia é um grande problema."