07/03/2018

Correio do Povo

Economia | Pág. 7

PESQUISA

Os indicadores do mercado de trabalho na Região de Porto Alegre mostram que a recessão que atingiu o biênio 2015-2016 aumentou o desemprego entre as mulheres e interrompeu o processo de redução das desigualdades entre mulheres e homens no âmbito laboral na última década. As informações foram divulgadas ontem no Boletim Especial “A inserção das mulheres no mercado de trabalho na RMPA em 2017”, produzido pela FEE, Dieese e FGTAS.

“Em 2017, o contingente de desempregados foi estimando em 103 mil mulheres, um acréscimo de 5 mil frente ao ano anterior. Esse resultado devese ao fato de a redução na ocupação (menos 48 mil ocupados ou -6,2%) ter sido superior à saída delas do mercado de trabalho (menos 43 mil pessoas ou -4,9%)”, assinalou Iracema Castelo Branco, que é economista da FEE e coordenadora da PED. Para os homens, acrescentou a economista, há uma redução de 2 mil desempregados em comparação com 2016.

Os dados revelam ainda um mercado de trabalho regional com um comportamento adverso pelo terceiro ano consecutivo. A taxa de desemprego total aumentou de 10,7% em 2016 para 11,2% da População Economicamente Ativa (PEA) no ano passado, com um incremento estimado em 3 mil pessoas desempregadas de um ano para o outro. Apesar da saída numerosa de pessoas do mercado de trabalho (menos 55 mil ou -2,9%), o nível ocupacional reduziu-se em maior montante (menos 58 mil pessoas ocupadas ou -3,4%), o que resultou na elevação do contingente de desempregados.

O total de ocupados é estimado em 1,628 milhão de pessoas, sendo 44,9% mulheres. A taxa de desemprego total das mulheres aumentou pelo terceiro ano consecutivo, passando de 11,2% em 2016 para 12,4% em 2017. E elas voltaram a ser a maioria (50,4%) no total de desempregados.