20/12/2013
Jornal do Comércio | jornaldocomercio.com
Geral
Clipado em 20/12/2013 08:45:51
Mobilidade: Metrô e BRTs vão atrasar operação

A Capital teve um ano marcado por discussões em torno do tema mobilidade. Com diversas obras viárias de grande porte sendo realizadas simultaneamente, o porto-alegrense enfrentou o caos no trânsito com a perspectiva de que em 2014 desfrutaria dos resultados das intervenções, que somam um investimento de R$ 888 milhões. Com atraso nos cronogramas, nem todas as promessas se concretizarão.

Em relação aos BRTs, apenas na zona Sul os novos coletivos têm previsão de circulação. Já em relação ao metrô, as obras começam apenas em 2015. A empresa que irá operar o transporte hidroviário urbano de passageiros entre o Lami e a Arena do Grêmio deve ser escolhida entre o fim de 2014 e o início de 2015. A licitação dos ônibus da Capital também não deve sair neste ano, conforme previsto.

O secretário municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Urbano Schmitt, afirma que, mesmo com atrasos nos novos modais, a população terá uma melhora substancial na mobilidade. "Em 2014, veremos os resultados dos investimentos, pois a maioria das obras será concluída", garante.

O secretário lembra que no dia 12 de março serão abertas as propostas de manifestação de interesse para a construção do metrô da Capital, cujo modelo de construção (shield ou tatuzão), mesmo sendo mais caro (R$ 4,8 bilhões), traz menos interferências.

A partir dessa data, uma equipe técnica, formada pelo município e pelo governo do Estado, fará a avaliação dos projetos e escolherá o melhor. Com essa definição, será aberto o edital de licitação de contratação do consórcio que construirá e operará o metrô. "Temos a expectativa de que até o fim de 2014 possamos ver a licitação concluída, com possibilidade de contratação da empresa. O mais provável é que as obras se iniciem em 2015. Serão quatro anos de construção, com início da operação em 2019", afirma. O prazo de concessão do serviço será de 25 anos.

Em relação aos BRTs, Schmitt ressalta que a fase atual é a mais complexa. A troca do asfalto por placas de concreto deve ser concluída até junho de 2014. A segunda etapa será a construção das estações e dos terminais. Segundo Schmitt, esta fase deve ser concluída até o fim do ano que vem. Mesmo sem a finalização total das estações, ele diz que os BRTs já podem começar a operar na cidade, mas isso dependerá da licitação do transporte coletivo, que incluirá a operação dos BRTs e dos ônibus normais. O lançamento desse edital, previsto para acontecer em dezembro deste ano, também enfrenta entraves.

Vanderlei Cappellari, diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), explica que a intenção é realizar primeiro a licitação dos ônibus da Capital. Contudo, existe a necessidade de adequar o modelo da cidade com o da Região Metropolitana. Por isso, a previsão de licitar até o fim deste ano não deve se concretizar. Ainda está sendo discutida com o Estado a elaboração de um edital único para a Capital e para os outros municípios. Entretanto, Cappellari ressalta que o prefeito José Fortunati prefere a separação das licitações, por isso ainda não há definição.

Outro obstáculo no lançamento do edital das linhas urbanas é exatamente a operação dos BRTs. Porto Alegre foi dividida pela EPTC em quatro eixos, que são as bacias operacionais. Uma é a bacia pública da Carris, que não precisará ser licitada. As outras três são privadas: Sul, Leste e Norte. A Norte será a que sofrerá o maior impacto, pois é lá que operará o metrô. Nesta região, o BRT não circulará. A Sul deve começar a operar até outubro.

Além disso, a licitação do transporte urbano da Capital ainda depende do julgamento pelo Tribunal de Contas do Estado do modelo tarifário que deve ser utilizado. A votação em plenário só ocorrerá em 2014.

Novos catamarãs somente em 2015

Com os percalços que o início do transporte urbano hidroviário na Capital vem passando, a ideia de licitar toda a orla - da Arena até o Lami - pode ser colocada em prática apenas em 2015. A CatSul deve operar, após a liberação da Marinha, os trajetos até o BarraShoppingSul e a Ilha da Pintada. "Para a empresa, é difícil fazer os investimentos, pois pode perder a licitação. Por isso, estamos prevendo um recurso do município para estas linhas. A nossa equipe está elaborando o edital de concessão de toda a costa do Guaíba", afirma Cappellari.