29/12/2017
Jornal do Comércio
Economia | Pág. 11
Clipado em 29/12/2017 01:12:10
População do Litoral Norte mais do que dobra no verão
Estimativa é de incremento de quase 300 mil pessoas na temporada

Tradicional destino dos gaúchos no verão, o Litoral Norte mais do que dobrará o tamanho de sua população nesta temporada. Levando em conta os oito municípios da região que possuem faixa de areia e mais três balneários, o número de pessoas passará dos 221 mil residentes fixos para 517 mil, um incremento de 133,6%.

A projeção, realizada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), representará quase 296 mil pessoas a mais nas localidades durante o veraneio. A estimativa, alerta o estatístico da entidade, Pedro Tonon Zuanazzi, leva em conta uma média mensal para o mês de fevereiro. “Em fins de semana e datas especiais, como o Ano-Novo e o Carnaval, é maior ainda o incremento, enquanto em dias normais de semana geralmente é menor”, explica.

Embora o Litoral Norte possua mais municípios, a pesquisa foi direcionada aos oito que estão efetivamente na orla marítima – Balneário Pinhal, Cidreira, Tramandaí, Imbé, Xangri-Lá, Capão da Canoa, Arroio do Sal e Torres. Foram pesquisadas três praias pertencentes a outros municípios, Quintão (pertencente a Palmares do Sul), Atlântida Sul (parte de Osório) e Santa Rita de Cássia (parte de Terra de Areia).

Estes balneários, até por não serem sedes de seus municípios e, portanto, possuírem uma população bastante menor, são os que apresentam os maiores crescimentos na temporada. Quintão, por exemplo, passa de 3,5 mil habitantes para 18,3 mil no verão, um aumento de 515,2%. Atlântida Sul experimenta uma expansão ainda maior, de 519,4%, passando de 1,2 mil para 7,4 mil pessoas.

Já entre os municípios, o maior contingente em termos absolutos se direcionará a Capão da Canoa, que deve receber uma população flutuante média de 58,5 mil pessoas, mais do que o dobro dos residentes fixos, que são 51,7 mil. Em termos proporcionais, os maiores aumentos serão o de Arroio do Sal, cuja população deve crescer 222,2%, e de Imbé, que aumentará em 188,8%.

O estudo pode ajudar em várias políticas públicas, como um deslocamento mais racional de brigadianos para o Litoral, por exemplo. A sazonalidade nas demandas ocasionada por uma expansão tão grande na população é um dos principais desafios das prefeituras da região. Em Imbé, por exemplo, na alta temporada, a frota para a coleta de lixo domiciliar passa de quatro para 10 caminhões, enquanto na área da saúde, tanto o pessoal quanto o material de consumo são duplicados.

“Alguns recursos são distribuídos conforme a população, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Recebemos por 22 mil pessoas, mas, em dois meses do ano, temos que ter infraestrutura para 100 mil (estimativa da prefeitura), é bem complicado”, lamenta a secretária da Fazenda de Imbé, Maria das Graças Silveira de Matos.