15/12/2017
Zero Hora
Notícias | Pág. 16
Clipado em 15/12/2017 04:12:41
Com crise, municípios gaúchos perdem posições na lista dos maiores PIBs do país
EM 2015, polos industriais, como Caxias do Sul e Gravataí, foram afetados pela recessão econômica

O Rio Grande do Sul voltou a perder posições no ranking nacional das cem maiores economias. Em 2015, quatro municípios integravam a elite do Produto Interno Bruto (PIB) no país, mesmo número do ano anterior - em 2013 eram cinco e em 2012, seis. Desde 2013, o Estado vem perdendo posições entre os principais geradores de riqueza, ano em que Passo Fundo, no Norte, deixou o ranking das cem maiores. Em 2014, o município de Rio Grande, no Sul, com o polo naval em desaceleração, também caiu fora da lista.

O impacto da crise em sua principal matriz econômica, o setor metalmecânico, levou Caxias do Sul a cair sete posições. Gravataí, na Região Metropolitana, também sofreu com o desempenho da indústria automotiva e está no fim da lista, na 92ª posição, mostrou pesquisa da Fundação de Economia e Estatística (FEE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem. Em contrapartida, Porto Alegre se beneficiou da baixa na indústria em Manaus (AM) e se tornou a sexta economia brasileira.

- O setor automotivo estava levando Gravataí para a lista das principais cidades, mas quando afetado, acabou derrubando - diz o economista da FEE Guilherme Risco.

CANOAS TEVE MELHOR RECUPERAÇÃO NO RS

Outras cidades, como Santa Cruz do Sul, produtora e beneficiadora de tabaco, Horizontina, produtora de implementos agrícolas, e Bento Gonçalves, fabricante de móveis, também foram afetadas pelo impacto da crise na indústria. Na contramão desses municípios, Canoas melhorou seu desempenho e chegou à 50ª posição. A explicação está no reajuste dos preços dos combustíveis. Até então, a refinaria mantida no município operava com valores abaixo do mercado.

Porto Alegre, que em 2013 tinha perdido o sétimo lugar para Campos dos Goyatacazes (RJ), que se beneficia da exploração do petróleo, voltou à posição em 2014 e agora ultrapassou a capital do Amazonas para chegar ao sexto lugar no país.

- O que derrubou Manaus é o mesmo que prejudicou Caxias - explica o coordenador do núcleo de contas regionais da FEE, Roberto Rocha.

A Capital melhorou ligeiramente sua participação no PIB nacional e está atrás somente de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Em 2014, representava 1,11% e em 2015 alcançou 1,14%. Canoas, que teve a melhor recuperação na participação entre os gaúchos, passou de 0,17% para 0,27%.