25/05/2017
Jornal do Comércio
Especial | Pág. 26
Clipado em 25/05/2017 01:05:42
DIA DA INDÚSTRIA
Fumicultores retomam nível de produção

Maior produtor de tabaco entre os estados brasileiros, o Rio Grande do Sul vive um ano de recuperação da safra de fumo, bastante prejudicada pelo clima na temporada passada. A previsão de colheita para este ano no Sul é de quase 700 mil toneladas, e os produtores gaúchos deverão responder por praticamente metade desse total. A exemplo do que vem ocorrendo com o milho, a fartura é acompanhada por preços mais baixos para os fumicultores, enquanto as indústrias do setor veem na taxa do dólar um obstáculo para as exportações.

As perdas da lavoura 2015/2016 tiveram impacto no setor, fazendo com que a produção física das indústrias caísse em 31% no ano passado, na comparação com o ano anterior, conforme dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE). “O granizo é um grande inimigo. Em 2016, atingiu 38,6 mil produtores. Este ano, foram 18,7 mil”, compara o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner. Ele ressalta que o Estado, com 75,2 mil famílias produtoras, deverá responder por 46% da produção nacional este ano, à frente de Santa Catarina (31%), Paraná (21%) e outros estados como Bahia e Alagoas (2%). Recuperada a safra, os negócios ficaram aquecidos. Mas, do ponto de vista dos agricultores, a oferta não se traduz em rentabilidade mais alta - a média de preços do quilo, que foi de R$ 10,07 em 2016, anda em torno de R$ 9,03. “Estamos nos recuperando em termos de quantidade, mas em termos financeiros deveremos ter o mesmo resultado do ano passado”, prevê Mauro Flores, presidente da comissão de Tabaco da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).

Em meio às negociações pós-colheita, que têm seu auge nos meses de abril e maio, as indústrias do setor também miram no mercado externo, no qual o Brasil é o líder em exportações. “Em 2016, a exportação do Estado representou 68% do Brasil. Este ano, teremos mais dificuldades. O câmbio é um dos principais fatores, ficamos menos competitivos”, observa o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke.