14/06/2016
Zero Hora
Campo e Lavoura | Pág. 17
Clipado em 14/06/2016 04:06:19
Joana Colussi
Empregos crescem dentro e fora da porteira no RS

Enquanto os setores da indústria e dos serviços acumulam saldos negativos na criação de empregos desde o ano passado, o agronegócio tem conseguido aumentar o número de postos de trabalho. Nos primeiros quatro meses do ano, o saldo foi de 17.521 trabalhadores com carteira assinada no Rio Grande do Sul, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número é o resultado da diferença entre as admissões e os desligamentos no setor. O saldo positivo é 8% superior quando comparado ao mesmo período do ano passado (veja arte abaixo).

– A indústria e os serviços dependem mais do mercado interno do que o agronegócio. Isso dá um dinamismo maior ao setor – explica Rodrigo Feix, coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE).

O saldo foi positivo em dois segmentos do agronegócio: dentro e depois da porteira. O primeiro inclui os empregados que atuam diretamente na produção, ou seja, nas lavouras e no campo. Os 4.429 postos de trabalho criados representam um aumento de 41% em relação aos primeiros quatro meses de 2015.

– As culturas temporárias de verão, como arroz e soja, se destacaram na criação de empregos no período – completa Feix.

Responsável pelo maior número de vagas criadas no agronegócio, o segmento depois da porteira segue praticamente estável – com saldo positivo de 13.889 vagas de janeiro a abril. Nesse setor, entra todo o processamento de matérias-primas, como grãos, carnes e leite, além do comércio atacadista.

O único segmento a acumular resultado negativo é o antes da porteira, onde entram as indústrias de máquinas agrícolas, além de empresas de sementes, fertilizantes e defensivos. As fábricas de equipamentos acumulam saldo de empregos no vermelho há 21 meses consecutivos. Apesar do resultado, a redução de postos de trabalho no setor está recuando – dando sinais de recuperação das vendas.