13/12/2017
Zero Hora
Notícias | Pág. 17
Clipado em 13/12/2017 03:12:04
PIB gaúcho fica estagnado
NO TERCEIRO TRIMESTRE, destaque foi o comércio, com aumento de 6,4%

O PIB do Rio Grande do Sul patinou no terceiro trimestre. Ante igual período do ano passado, a variação foi nula (0%), mostrou ontem a Fundação de Economia e Estatística (FEE). A estagnação foi resultado da combinação da alta em serviços com a queda na indústria e na agropecuária. Ainda assim, o acumulado do ano registra alta de 1,3% no Estado, mais do que o dobro do país (0,6%).

De acordo com a FEE, o setor de serviços - com o maior peso na conta - teve crescimento de 1,6%, impulsionado pelo comércio, com avanço de 6,4%, o maior desde o primeiro trimestre de 2014. O número do varejo, conforme a fundação, é resultado de alta nas taxas de ocupação, melhoria na massa de rendimentos da população e maior acesso ao crédito.

Principal motor da atividade no Estado de julho a setembro, o comércio foi ajudado por fatores como inflação controlada, juro em queda, retomada da confiança dos consumidores e recuperação na renda e no mercado de trabalho, avalia o economista Victor Sant'Ana, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital. A expectativa é de que o varejo repita a contribuição positiva entre outubro e dezembro.

- Esperamos crescimento entre 5,5% e 6,5% - diz Sant'Ana.

Responsável por puxar a economia gaúcha no início do ano, a agropecuária teve queda de 6,6%, devido principalmente ao desempenho da pecuária. Essa é a época do ano em que o setor primário tem o menor peso no PIB do Estado.

CELULOSE TEVE INFLUÊNCIA NEGATIVA NA INDÚSTRIA

O valor adicionado bruto (VAB) - acréscimo do processo de produção ao transformar produtos básicos em elaborados - oscilou negativamente (-0,1%) , enquanto os impostos subiram 0,3%.

A indústria, incluída a construção civil, apresentou retração de 2,2%. Isoladamente, a indústria de transformação caiu 0,8%, interrompendo três trimestres consecutivos de crescimento. A principal influência negativa veio do segmento de papel e celulose (queda de 35,7%). O economista Roberto Rocha, coordenador do núcleo de contas regionais da FEE, lembra que esse costuma ser o período mais forte das fábricas, o que não ocorreu agora:

- Teve desempenho inferior ao primeiro e segundo trimestre de 2017 e ao final do ano passado.

Não fosse a baixa nesse segmento, a indústria de transformação ficaria no azul, diz o economista. A retração foi causada pela parada de manutenção de quase três meses na planta da Celulose Riograndense, em Guaíba. A operação começou a retomar a normalidade no início de novembro.

A construção civil, novamente, não foi bem. Teve queda de 2,7%.

Com o impacto da agricultura mais diluído no quarto trimestre, Rocha diz esperar que o PIB gaúcho feche 2017 entre os 1,3% acumulados até agora e os 0,8% verificados em 12 meses. O índice do segundo trimestre foi revisado pela FEE de alta de 2,5% para 2,2%.


Desempenhos em 2017* (Ver imagem)