13/06/2014
Correio do Povo
Taline Oppitz | Pág. 3
Clipado em 13/06/2014 05:37:27
'As prefeituras irão quebrar'



A Famurs está preocupada com o impacto financeiro gerado pela determinação do IPE, que elevará alíquotas de contribuição de prefeituras e servidores na área da saúde. Segundo a entidade, 94 prefeituras receberam termos de adesão que em alguns casos dobram os índices de contribuição para sustentar os planos de saúde do funcionalismo nestas cidades. A Famurs cita que, segundo relatório de inspeção extraordinária do Tribunal de Contas no instituto, o Executivo estadual possui débito de R$ 3,4 bilhões com o IPE, que visa agora incrementar sua receita cobrando mais dos gestores municipais. A elevação estava prevista para março, mas acabou suspensa até o dia 30 deste mês, quando ocorrerá reunião entre representantes da Famurs e do IPE. Segundo o prefeito de Herval, Ildo Sallaberry, que coordena a comissão de prefeitos que discutem o reajuste, o aumento ameaça a continuidade dos convênios médicos de mais de 1 milhão de beneficiários gaúchos. 'Se houver aumento imediato, as prefeituras irão quebrar. Queremos debater uma solução de longo prazo', disse. O plano de reajuste nas contribuições municipais elevaria o índice de 11% para faixas que variam de 13% a 22%.

'Não há negociação'

Apesar da expectativa de negociação por parte da Famurs, o diretor de Saúde do IPE, Antônio de Pádua, afirma que o prazo do dia 30 serve de base apenas para a adequação das 94 prefeituras que terão os índices de contribuição reajustados. 'Não há negociação. Os repasses do governo do Estado estão em dia. Servidores estaduais e o instituto não irão financiar a saúde dos municípios. As prefeituras que se sentirem prejudicadas não são obrigadas a continuar com o IPE', disse. Segundo Antônio de Pádua, em alguns casos o índice de sinistralidade chega a 100%. Isto é, o IPE recebe R$ 1 mil de determinada prefeitura, mas gasta o dobro no atendimento ou no procedimento em questão.

Medo da vaia

Para evitar o risco de uma vaia generalizada, autoridades como a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, passaram quase que desapercebidos e se abstiveram dos tradicionais discursos na cerimônia de abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão. Ambos já haviam enfrentado vaias na abertura da Copa das Confederações, no ano passado, em Brasília.

Inovação

Um projeto inovador na área da sustentabilidade será colocado em prática em Porto Alegre na Copa. Os resíduos gerados no Acampamento Farroupilha e no Fifa Fan Fest serão transformados em combustível para abastecer o próprio caminhão que fará a coleta nos dias do Mundial. O chamado GNVerde, marca exclusiva da Sulgás, é um gás gerado a partir da decomposição de resíduos orgânicos que possui características químicas semelhantes ao gás natural. A ação foi idealizada pela Sulgás em parceria com o DMLU, entre outros, Os resíduos orgânicos produzidos nos dois eventos serão coletados pelo DMLU e separados para envio à planta de produção de GNVerde, no município de Montenegro.

Apartes

Manifestações e confrontos à parte, o clima de Copa, que não era visto até a véspera do início do Mundial, ganhou ontem as ruas de diversas cidades do país.

Desde o dia 10 os partidos estão liberados para realizarem as convenções nas quais são oficializadas as chapas majoritárias e proporcionais. Um dos cuidados de dirigentes é evitar a realização dos encontros em dias de jogos importantes, para que o calendário político não colida ainda mais com o esportivo.

Taline Oppitz

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