13/04/2017

Correio do Povo

Rural | Pág. 16

Embora tenha criado um quadro de crise com parceiros comerciais do Brasil, a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, não prejudicou o valor das exportações de proteína animal em março, se comparado ao mesmo período de 2016, segundo análise divulgada ontem pela Fundação de Economia Estatística do Rio Grande do Sul (FEE). O estudo, conduzido pelos pesquisadores Sérgio Leusin Jr. e Rodrigo Daniel Feix, divulgado ontem como parte da Carta de Conjuntura de abril da fundação, aponta que em março o país faturou 1,248 bilhão de dólares com exportações de carnes (bovina, suína e de frango), 7,8% a mais que no mesmo período de 2016, quando o valor foi de 1,158 bilhão.

O crescimento do valor pode ser creditado à elevação dos preços médios, já que, na mesma comparação, o volume de vendas caiu 7,3%, de 585,1 mil toneladas para 542,6 mil toneladas. “Não deixa de ser surpreendente que o mercado tenha registrado um abalo muito menor do que aquele que a cobertura da mídia fazia supor”, comentou Leusin Jr. Os pesquisadores da FEE acreditam que ainda é cedo para fazer um prognóstico sobre o futuro das exportações de carne no Brasil, mas entendem que o trabalho dos Ministério da Agricultura e das Relações Exteriores será determinante para a retomada da regularidade do fluxo para mercados como a China, grande comprador da carne brasileira.