14/12/2017
Diário Gaúcho
A Vida da Gente | Pág. 3
Clipado em 14/12/2017 07:12:09
13º do servidor: dica é parcelar

Caberá aos servidores estaduais decidir entre receber o 13° salário diluído em 12 prestações ou recorrer a empréstimo bancário caso a Assembleia aprove, na terça-feira, o projeto encaminhado pelo governo do Estado autorizando o Executivo a parcelar o pagamento do beneficio. A proposta do Piratini é começar a saldar a dívida a partir de janeiro, com indenização mensal de 1,42% sobre o saldo remanescente. Mas existe uma alternativa para quem precisa do dinheiro: financiar esse valor com os bancos. O presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, por exemplo, garantiu que está sendo definida uma taxa de juro não superior a 1,39% ao mês. Com isso, a expectativa é de adesão de 70% dos servidores.

Boa rentabilidade
Mas qual a melhor opção para o bolso? Receber a prazo ou conseguir um crédito? Especialistas em finanças ouvidos pela reportagem são favoráveis, se a saúde financeira do trabalhador permitir, ao recebimento do
13° salário diluído ao longo do próximo ano.

— E uma rentabilidade muito boa, que não se encontra no mercado. A poupança paga 0,42% — avalia o economista da FEE e professor da PUCRS Alfredo Meneghetti Neto.

O educador financeiro Jaques Diskin também aconselha optar pelo pagamento parcelado.

- Esse juro é muito alto. A inflação vai chegar a cerca de 3% no fim do ano. Um CDB bom rende no máximo 10% ao ano considera.

Eugênio Lagemann, economista e professor da UFRGS, acrescenta que "só não é vantajoso para quem está endividado".

Na prática, utilizando o exemplo de um servidor que terá R$ 6 mil de 13° salário para receber em 12 parcelas de R$ 500, o rendimento será de R$ 553,80 ao fim do ano. Se esses mesmos R$ 6 mil fossem aplicados na poupança, onde o rendimento é de 0,42% ao mês, o lucro seria de R$ 309,48.

- Esse servidor vai ter um aumento da renda a cada mês.

Parcelado, poderá se planejar. Com todo o dinheiro disponível, o risco de fazer compras desnecessárias é alto. Por tudo isso, considero mais vantajoso do ponto de vista financeiro o recebimento parcelado - aconselha Alfredo.

Compromisso

Jaques avalia, também, a eventualidade de o Estado não conseguir honrar com a indenização, deixando a dívida do financiamento para o servidor. O governo responde lembrando que "ao longo do ano passado, o Estado enfrentou dificuldades financeiras, e mesmo assim honrou o compromisso assumido com os servidores do Executivo, pagando o 13° juntamente com as parcelas indenizatórias".

ANALISE AS ALTERNATIVAS

Vale pegar o empréstimo para:

Quitar dividas que estão incorrendo em juros.

Pagar o saldo do cartão de crédito.

Renegociar o cheque especial.

Caso emergenciais, como saúde.

Pagar os estudos.

Não vale a pena o empréstimo para:

Consumo puro e simples, corriqueiro, cotidiano. Não vale a pena ter crédito quando você está acostumado a gastar mais do que ganha.

Gastos que não sejam de primeira necessidade.