13/12/2017
Jornal do Comércio
Economia | Pág. 7
Clipado em 13/12/2017 01:12:01
Atividade econômica do Rio Grande do Sul pode fechar 2017 com alta entre 0,8% e 1,3%

A um trimestre de fechar o ano, o coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, o economista Roberto Rocha, vislumbra que o PIB poderá fechar no intervalo de 0,8% a 1,3% e acredita que a economia regional poderá se dar melhor que a nacional. A avaliação se assenta no desempenho nos dois primeiros trimestres da temporada de 2017.

A economia gaúcha havia acumulado dois trimestres de altas – 1,5% de janeiro a março, e 2,2% de abril a junho. Esse último índice passou por leve revisão, pois chegou a ser anunciado com alta de 2,5% em setembro. O acumulado do ano está em 1,3%, e, em quatro trimestres, 0,8%. Os números são importantes, pois, entre 2014 e 2016, foram 11 trimestres seguidos de queda.

O mergulho mais acentuado foi no final de 2015, quando o PIB gaúcho chegou ao piso de 6,9% no último trimestre do ano. Ao examinar dados que já despontam dos últimos meses, a indústria não vem bem, com queda, segundo o IBGE no indicador da Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Por isso, Rocha mantém as apostas na demanda no varejo.

Até o anúncio do governo gaúcho de que pretende fazer empréstimo para pagar o 13º do funcionalismo pode influenciar no resultado. “No fim de 2016, não houve pagamento, e isso fez estragos”, observou. O que pode atrapalhar, também, é o fato de o mercado de trabalho perder produtividade, pois tem gerado vagas informais, enquanto o setor formal ainda acumula perdas no ano, analisou o economista.

O secretário adjunto da Fazenda do Estado, Luiz Antônio Bins, evitou, ontem, projetar como deve fechar a arrecadação deste ano, citando que há ingressos importantes em diversas datas de dezembro. Bins citou que, neste ano, não houve sucesso em antecipações de pagamentos de contratos de incentivos como da General Motors, conforme ocorreu em 2015 e 2016.

O governo decidiu levar ao pregão eletrônico a possibilidade de fazer a cessão onerosa de recebíveis de responsabilidade da GM. “O valor vai depender do mercado”, condicionou o secretário. Na divulgação do PIB, a incerteza sobre o futuro da FEE, extinta por lei estadual em janeiro, voltou à pauta. Rocha citou que houve temor de que, ao longo do ano, não houvesse equipe para produzir os indicadores.

Liminar obtida na Justiça do Trabalho acabou suspendendo as demissões que atingiriam boa parte dos analistas e pesquisadores ligados às contas regionais. Mas o ano de 2018 deve elevar a incerteza. “Sobre risco de continuidade? Quem poderia responder não está aqui”, reagiu Rocha, diante de questionamentos e referindo-se à direção da fundação.

A data da efetivação da extinção é 17 de abril. O Jornal do Comércio apurou que a Fundação Getulio Vargas (FGV) fez sondagem no Estado sobre custos para assumir tarefas do órgão. O governo já disse que quer contratar do setor privado muitas pesquisas e estudos que são hoje liderados e desenvolvidos pela FEE, como o PIB.