07/05/2016
Correio do Povo
Geral | Pág. 15
Clipado em 07/05/2016 06:05:07
Mães trabalham mais e ainda ganham menos
Pesquisa da FEE revela que mulheres com filhos têm menos escolaridade e recebem menor salário

Se às mulheres o cenário de sobrevivência é mais árduo e desigual em relação aos homens, na comparação entre mães e mulheres sem filhos, a situação das primeiras é pior ainda. Pesquisa do Centro de Indicadores Econômicos e Sociais, da Fundação de Economia e Estatística (FEE) concluiu que as mulheres mães têm menor escolaridade, trabalham mais e ganham menos em relação às que não são mães.

Segundo o estudo, elaborado com base em dados do ministério da Saúde e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, 71,2% das mulheres com mais de 15 anos haviam sido mães no RS em 2014, ano em que o Estado tinha 3,449 milhões de mães e 1,374 milhão de mulheres sem filhos. Conforme o pesquisador da FEE, economista Marcos Wink, autor do levantamento junto à colega e Marilene Dias Bandeira, apenas 52,07% das mães com mais de 15 anos tinham ensino fundamental e completo, enquanto as não mães somaram 81,95%. A jornada média das mães fora de casa, na mesma faixa etária, era de 20 horas semanais acrescidas de mais 26 horas em casa. Já as mulheres sem filhos tiveram jornada de 22 horas de trabalho fora de casa e mais 16 horas em casa.

Em matéria de salários, “as mães receberam uma média mensal de R$ 1.279,02 e as não mães ganharam R$ 1.548,23. A mesma pesquisa informa que em 2014, cerca de 51,5% das mulheres que deram à luz já tinham um filho”, cita Wink. De acordo com o economista, quando passam a ser mães, as mulheres perdem em escolaridade, são obrigadas a ampliar sua jornada de trabalho e gastam muito mais tempo nas tarefas domésticas. Ao mesmo tempo inexistem, no país, políticas capazes de compensar as desigualdades.