01/09/2015
Jornal do Comércio
Economia | Pág. 11
Clipado em 01/09/2015 01:09:08
Companhias mantêm silêncio sobre nafta
Secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, diz que fornecimento da matéria-prima deve ser mantido

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Encerrou ontem a validade do aditivo de contrato firmado em fevereiro sobre o fornecimento de nafta da Petrobras para a empresa Braskem. As duas companhias, procuradas pela reportagem do Jornal do Comércio, não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto. No entanto, o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker, enfatiza que, mesmo não tendo sido selado um acordo definitivo, não será interrompido o fornecimento da nafta.

O dirigente comenta que a prorrogação do atual cenário, em mais 60 dias, como foi mencionado pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na sexta-feira, possibilitará que se finalize a negociação de longo prazo sobre o insumo. “Enquanto não se atinge essa meta, não se pode parar o setor petroquímico do Brasil inteiro”, defende. Redecker comenta que não está a par das bases legais da prorrogação. “Agora, pelo que eu compreendo, esse fornecimento, que ocorrerá daqui para frente, deverá cumprir os termos do aditivo passado, principalmente, em relação a valores”, diz o secretário. Uma fonte do setor informa que deverá ser assinado algum documento a respeito disso nos próximos dias.

Segundo Redecker, existe uma dificuldade de negociação em função da condição favorável para a Petrobras de utilizar a nafta para produzir combustível, o que é mais rentável para a estatal do que a destinação para a petroquímica. “Acho que o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) está bem sensível à questão e está buscando a condição de negociação”, diz Redecker. O secretário adverte que, em último caso, terá que ser tomada uma decisão de governo se as empresas não chegarem a um acordo, mas ele espera que não se chegue a esse ponto.

Redecker frisa que não é somente o governo gaúcho, mas também o País e os outros estados produtores petroquímicos, que são favoráveis que as companhias fechem um acordo de longo prazo quanto ao abastecimento de nafta. Esse condição é considerada como fundamental para garantir que outros empreendimentos da área avancem no Brasil. Entre as iniciativas que se encontram nessa situação está a do grupo europeu Synthos, que pretende aportar cerca de R$ 640 milhões em uma planta em Triunfo com capacidade para 80 mil a 90 mil toneladas de borracha sintética ao ano. Entretanto, para isso, a empresa polonesa depende de fornecimento de butadieno da Braskem, material que é fabricado a partir da nafta.