O Brasil é o quarto maior produtor de carros do mundo.
Os reflexos do excesso de veículos nas cidades brasileiras são cada vez mais sentidos pela população, que encontra dificuldades diárias de locomoção.
O secretário executivo do Ministério das Cidades, Alexandre Cordeiro Macedo, propõe algumas soluções para o problema e também para a preservação do meio ambiente, com a utilização de transportes menos poluentes.
Em palestra realizada na Capital, durante o 2° Fórum Internacional de Mudanças Climáticas das Cidades de Baixo Carbono, Macedo afirmou que dois modais devem ser incentivados: as bicicletas e os trens.
O evento foi promovido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e pelo Instituto Latino Americano de Desenvolvimento Econômico e Social (Ilades).
“Com a substituição dos carros por bicicletas, para curtas distâncias, e por trens, para as longas, teremos uma menor emissão de carbono e mais qualidade de vida. É o que eu chamo de mobilidade humana”, explica.
De acordo com ele, em uma hora, passariam por um espaço de quatro metros de trânsito, 1,8 mil pessoas utilizando carros, 6,7 mil pessoas em ônibus e 60 mil pessoas de trem.
Essa discrepância resulta nos congestionamentos.
Além disso, cerca 10% da emissão de carbono nas cidades se origina do transporte, sendo que, desta porcentagem, 64% provêm dos meios individuais, como carros e motos.
O gás carbônico é um dos responsáveis pelo efeito estufa.
“Para se ter uma ideia, 100 pessoas em 100 quilômetros de trajeto emitem 12,68kg de carbono se estiverem em automóveis, e apenas 0,35kg se estiverem em trens”, ressalta Macedo.
Além disso, ele afirma que uma pesquisa feita recentemente mostrou que 76% dos passageiros dos ônibus migrariam para o metrô se ele fosse implantado.
Já entre os que andam diariamente de carro, apenas 14% trocariam os automóveis pelo metrô.
Esses dados mostram que, além da necessidade de investimento nestes modais, a população precisa se conscientizar da importância de atitudes que visam ao bem coletivo.
“As bicicletas também têm muita relevância neste contexto, pois, se não fosse o ciclismo, o Brasil emitiria 70% a mais de carbono”, diz.
O governo federal tem como meta reduzir, até 2020, de 36,1% a 38,9% a emissão da substância na atmosfera.
O compromisso, assumido na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas realizada em Copenhague, em 2009, deve fazer com que se deixe de emitir entre 975 milhões e um bilhão de toneladas de gás carbônico.
Algumas das estratégias da União para alcançar este resultado são a inclusão na matriz energética de biocombustíveis produzidos de forma sustentável e o investimento em meios de transporte menos poluentes, como os trens, metrôs e BRTs.
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