08/03/2018
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Geral
Clipado em 08/03/2018 09:52:07
Dia da Mulher: que lugar ocupamos na sociedade?

Nós somos a maioria da população. Aqui na região, no Estado, no Brasil todo. Entre mais de 208 milhões de habitantes, ao menos 51,4% são mulheres no país, segundo o IBGE. Ainda assim, não temos entrada livre em todos os espaços, especialmente onde habita o poder. Fruto de um problema histórico que segue ecoando apenas como um sussurro, seguimos destinadas a um papel coadjuvante. A bem da verdade, já é melhor do que o total anonimato de outrora, mas vai longe do ideal: um estrelato igualitário, onde possamos protagonizar a sociedade nas mesmas condições dadas aos homens.

Se hoje, Dia Internacional da Mulher, as nossas vozes permanecem silenciadas, apesar de esforços contínuos para o rompimento das mordaças, os números gritam a realidade. Na política, somos a parcela mínima: na região de cobertura do Jornal NH há seis prefeitas entre 44 e 73 vereadoras em um total de 445. Somos também menos de um terço dos delegados de Polícia no Estado, ao passo que, em média, 4,5 de nós são estupradas e 62,9 sofrem agressão física a cada dia. Em 2017, o feminicídio fez uma vítima a cada quatro dias e meio, conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP/RS). "Não tem como listar uma 'pior fase' para ser mulher, porque hoje ainda estamos vivendo questões do século XIX. Para o século XXI, ainda estamos muito aquém do que seria o correto", pondera a doutora em Sociologia e professora da Feevale Sueli Cabral.

A estatística, para além de fazer saltar aos olhos a desigualdade presente em todos os setores, serve para estimular a construção de um futuro onde seja possível, afinal, assumirmos papel de relevância na sociedade, na mesma proporção daquele que nos tem sido tirado, todos os dias, até agora. "A representatividade só vai aumentar quando entendermos que podemos quebrar os grilhões que nos prendem e assumirmos o protagonismo das nossas vidas", diz Sueli.

Destaque feminino

Na Polícia

Arquivo pessoal
Delegada Cleusa Spinato Sediada em Montenegro e abrangendo um total de 19 cidades, a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) do Vale do Caí é chefiada pela delegada Cleusa Spinato. Aos 52 anos, sendo 18 deles dedicados à carreira policial, ela é uma entre as 149 delegadas em atuação no Estado, que representam 32% da ocupação do cargo. O percentual restante pertence aos homens.



"Eu me formei em 1999 e na minha turma éramos poucas mulheres. Quando entrei na Polícia, havia muito mais preconceito do que hoje, tinha até servidores que reclamavam de ser subordinados a uma mulher. A mulher sempre tem que estar mostrando a sua capacidade, porque vivemos numa sociedade machista", afirma.

À frente da Deam desde dezembro de 2014, ela atua no atendimento de mulheres vítimas de violência, nos mais variados graus. "É um trabalho fundamental, porque a delegacia é a porta de entrada dessas mulheres que são agredidas de diversas formas. É o espaço para o registro, acolhimento e encaminhamentos. O papel de resguardar a mulher quem faz é a Polícia", comenta.

A delegada ainda acrescenta que, na sua visão, o maior desafio em ser mulher hoje é seguir vencendo os preconceitos dentro de uma sociedade que ainda nos coloca em segundo plano. "Já avançamos muito, mas estamos longe do ideal. Ainda há muitas mulheres submetidas à violência. O desafio não é só ocupar mais espaço, mas ajudar a mudar essa forma de a sociedade pensar a questão da mulher. É um processo de longo tempo, de mudar essa mentalidade das pessoas", pontua.

Na história


Inézio Machado/GES
Jacobina Meurer Uma das personagens femininas mais famosas da história da região é Jacobina Maurer. Nascida em Novo Hamburgo, ela se mudou para uma encosta do Morro Ferrabraz, em Sapiranga, com o marido João Jorge Meurer, onde fundaram uma espécie de seita em que faziam pregações e tratamentos com ervas e chás.



Isso os fez serem vistos como miraculosos por alguns e como bruxos por outros, tanto que o casal e seus seguidores passaram a ser chamados de Mucker, uma palavra pejorativa da língua alemã, que pode ser traduzida como "falso".  Diversos conflitos violentos ocorreram entre 1868 e 1874, culminando com diversas mortes.

Teólogo, historiador e autor do livro "A Religião de Jacobina", Martin Dreher destaca que ela foi alvo de intensa perseguição. "No início, ela é figura coadjuvante do marido, que é curandeiro. À medida em que começam as perseguições, ela vai adquirindo importância, onde se percebe o ódio ao feminino que existia naquela época", comenta.

"Quando uma mulher tem projeção na sociedade, ela é considerada uma oferecida, uma prostituta. E aí, sem prova nenhuma, se começam a fazer afirmações em torno dela, de que é devassa, que ordena troca de parceiros sexuais entre quem frequenta sua casa. Na época, uma mulher ocupar posição de destaque e também dirigir um culto religioso é algo que choca, porque o catolicismo não quer a mulher em posição de liderança. E não se trata apenas de questão religiosa, mas de como a sociedade da época via a figura feminina. Jacobina estava muito à frente de seu tempo", comenta.

No voluntariado


Arquivo Pessoal
Voluntária Teonisia Reichert Atuando há 12 anos como voluntária, Teonisia Reichert, 59, é a atual administradora da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo. Nascida no interior de Ivoti e residindo há 20 anos em território hamburguense, ela começou a trabalhar em prol dos outros no Lar da Menina. Dois anos depois, foi para a Liga.



"Eu passei por situações difíceis na minha vida pessoal e o resultado foi muito satisfatório, então achei que uma maneira de agradecer isso seria fazer atos de cidadania", afirma.

Atendendo tanto mulheres quanto homens na entidade que oferece auxílio a pessoas carentes que enfrentam o câncer, Teo, como é mais conhecida, atua tanto na captação de recursos quanto no acolhimento dos pacientes.

"Eu trabalho sempre para levantar o astral, dizendo para que continuem caminhando mesmo que a estrada seja ruim, ainda que esteja intransitável, que é possível passar por isso. Eu criei um vínculo de responsabilidade com essas pessoas. Já pensei em parar, porque a gente cansa, mas eu sempre penso: quem faria por eles o que eu estou fazendo? E aí eu vou continuando", diz.

Na sua visão, o maior desafio para as mulheres é a conquista da independência dos homens, que ainda exercem uma influência de poder. "As pessoas acham que isso já esta ultrapassado, mas não está. Eles exercem influência em todos os sentidos: ela é empregada, depende do seu dinheiro, tem que perguntar tudo. A bandeira que eu levanto para as mulheres é a independência, a individualidade", afirma.

"O que me deixa muito revoltada e triste é que uma paciente de câncer de mama, que tem que fazer mastectomia total, de dois a quatro meses, no máximo, o marido deixa ela. É uma realidade bem dura", acrescenta.

No esporte


Divulgação
Atleta Bárbara Arenhardt Goleira da seleção brasileira de Handebol e também da equipe húngara Vaci Noi Kézilabda,
a hamburguense Bárbara Arenhardt, 31 anos, é uma das principais atletas da região. Campeã mundial em 2013, com a seleção, ela conta que já passou por situações constrangedoras pelo fato de ser mulher.



Um dos momentos mais complicados ocorreu quando jogou na Romênia e tentou, por diversas vezes, quebrar o contrato com o clube. "Em todas as reuniões, o presidente se referia a mim com entonações sexuais. Não pude ir embora de lá e a situação só piorava, até que um dia ele passou dos limites e eu consegui, ao final da temporada, deixar o clube. Este tipo de assédio é muito frequente com nós, mulheres, no esporte, e vem de muitos lados. Muitas vezes somos vistas apenas como objetos de desejo dentro da profissão", conta.

Apesar disso, ela conta que se mantém focada no lado bonito que o esporte proporciona. "Eu acredito que o esporte tem o poder de mudar a vida das pessoas e eu admiro muito a força que a mulher tem, em todos os sentidos. Minha maior conquista é hoje em dia ser inspiração para outras meninas e mulheres que buscam seu espaço neste meio. Eu sempre tento levar essa mensagem por onde passo, para que todos possam ver que com trabalho e dedicação podemos ter oportunidades na vida", comenta.

Ela ainda acrescenta que a remuneração desigual é um dos principais desafios enfrentados pelas mulheres. "Não apenas no esporte, mas em geral as mulheres sempre têm que batalhar muito para serem reconhecidas e receberem o devido valor. O mundo ainda é bastante machista, e não me refiro apenas aos homens, porque muitas mulheres têm mentalidades assim também", ressalta.

"Menos Cinquenta Tons de Cinza e mais Guimarães Rosa"

Divulgação
Socióloga Sueli Cabral Uma efetiva mudança no papel ocupado pela mulher na sociedade só deve surgir a partir do momento em que as crianças forem educadas para a igualdade. Conforme Sueli, enquanto a menina tem disponíveis brinquedos relacionados à maternidade, tarefas domésticas e beleza, por exemplo, o menino é estimulado a usar a criatividade e a estratégia, por meio de diversos tipos de jogos.



"A sociedade, ainda hoje, educa não parceiros de igualdade, mas um líder e a subalterna, mesmo que simbolicamente. Cada pai, mãe e escola é responsável por isso. Temos de educar parceiros, amigos, para que as crianças possam se enxergar como iguais também no futuro", afirma a socióloga.

Ela destaca ainda que a falta de representatividade observada nos tantos dados compilados nesta reportagem e nos mais diversos setores da sociedade é também resultado de um processo onde a mulher sempre foi colocada como anônima ou nos bastidores. E que muito disso se dá pelo imaginário romântico da sociedade, em que, assim como nos contos de fada, as mulheres são programadas para acreditar que precisam de um homem para sobreviver e para lhes proteger. "O maior desafio está na desconstrução cultural e social desse universo romanceado, mostrando que nós, mulheres, somos as únicas donas do nosso destino", afirma. "Menos Cinquenta Tons de Cinza e mais Guimarães Rosa", finaliza.

Dados

Em 2014, pela região, foram eleitos os deputados federais Giovani Feltes (licenciado, pois atua como secretário da Fazenda do Estado) e Renato Molling. Só há duas mulheres que representam o Rio Grande do Sul na Câmara dos Deputados: Yeda Crusius e Maria do Rosário, entre 28 parlamentares gaúchos em exercício atualmente. No total geral, a Câmara tem 513 deputados, dos quais apenas 54 são mulheres.

Dos 37 presidentes que o Brasil já teve, desde a proclamação da República, apenas uma era mulher: Dilma Rousseff.

Entre 38 governadores do Rio Grande do Sul há apenas uma mulher: Yeda Crusius.

Dos atuais 29 ministérios ou departamentos com status de ministério, apenas um é chefiado por mulher: a Advocacia-Geral da União, comandada por Grace Maria Mendonça.

A composição atual do Supremo Tribunal Federal (STF) conta com 11 ministros, sendo apenas duas mulheres: Cármen Lúcia, que preside a Corte, e Rosa Weber.

Pelo Rio Grande do Sul, dos três senadores, uma é mulher: Ana Amélia Lemos. No total, estão atualmente em exercício 68 parlamentares homens e apenas 13 mulheres no Senado.

No pleito de 2014, foram eleitos quatro deputados estaduais da região: Elton Weber, João Fischer, Lucas Redecker e Tarcísio Zimmermann. Nenhuma mulher representa os vales do Sinos, Caí e Paranhana na Assembleia Legislativa. No quadro geral do Rio Grande do Sul, são 55 deputados estaduais, dos quais apenas 9 são mulheres.

Das 44 cidades da região, apenas seis são comandadas por mulheres. As prefeitas são Fatima Daudt (Novo Hamburgo), Corinha Molling (Sapiranga), Ivete Grade (Estância Velha), Tânia da Silva (Dois Irmãos), Mara Stofffel (Santa Maria do Herval), Carla Chamorro (Morro Reuter).

Dos 445 vereadores que atuam na região, apenas 73 são mulheres, uma representatividade de 16%. As Câmaras das cidades de Bom Princípio, Brochier, Igrejinha, Portão, Riozinho, Rolante e São Francisco de Paula têm apenas homens como vereadores. As cidades onde há maior número de mulheres são Alto Feliz (4), Linha Nova (4), Presidente Lucena (3), São Leopoldo (3), São Vendelino (3), Sapiranga (3), Taquara (6), Três Coroas (3) e Tupandi (3).

Segundo o Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017, da ONU, seriam necessários 100 anos para acabar com a desigualdade de gênero em todo o mundo. A pior situação é a do mercado de trabalho, em que a organização estima que são necessários 217 anos para acabar com a desigualdade. O documento também aponta que se a lacuna de gênero na área econômica em todo o mundo fosse reduzida a 25% até 2025, haveria um acréscimo de US$ 5,3 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) global.

R$ 1.722,00 foi o rendimento médio das mulheres na Região Metropolitana de Porto Alegre, segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), em 2016, enquanto os homens receberam em média R$ 2.146,00. A diferença é de 424 reais.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Novo Hamburgo, no ano de 2016, a desigualdade salarial entre homens e mulheres era menor, de R$ 233,13.

Conforme o MTE, em 31 de dezembro de 2016, havia 2.910.883 empregos formais no Estado, sendo que 46,4% deles eram ocupados por mulheres. No Estado, as mulheres são maioria nas posições de vendas do comércio varejista (62,6%), auxiliar de escritório (65,5%), assistente administrativa (64,5%) e faxineira (83,6%).

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), quatro em cada dez lares brasileiros são chefiados por mulheres. Dessas, 41% são donas de negócios próprios.

Conforme o Sebrae, as mulheres ocupam ocupam 43,2% dos cargos de gerência nas micro e pequenas empresas.

Em 2016, apenas 37,8% dos cargos gerenciais (no poder público e em empresas), eram ocupados por mulheres, segundo o IBGE.

Conforme a FAO, as mulheres representam 43% da mão de obra rural em todo o mundo.

Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa em Pecuária, no mundo todo as mulheres chegam a gastar até 90% de sua renda com a família, enquanto entre os homens, o gasto fica em torno de 30 a 40%.

Em uma média mundial, as mulheres ganham 23% a menos do que os homens, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Dos 10.693.929 habitantes no Rio Grande do Sul, contabilizados pelo Censo de 2010, do IBGE, 51,3% são mulheres. Na região, dos 1.317.511 habitantes, 50,8% são mulheres. Aqui há 669.826 mulheres e 647.685 homens. Entre os idosos, elas são maioria, também, representando 56,7% do total.

Conforme dados da FEE, na região, as mulheres são maioria em 24 cidades. Somente em Nova Hartz a população é composta por 50% homens e 50% mulheres.

No Rio Grande do Sul, há 94,8 homens para cada 100 mulheres, conforme o IBGE.

Na Região Sul do Brasil, as mulheres gastam em média 17,3 horas por semana em afazeres domésticos, enquanto os homens passam apenas 10,3 horas semanais nestas atividades, conforme Pnad.

No Rio Grande do Sul, de um total de 4.892.504 condutores habilitados, apenas 34%, 1.664.806, são mulheres, segundo o Detran.

Em 2015, conforme o Datasus, nasceram no Rio Grande do Sul 76.194 homens e 72.146 mulheres. No mesmo ano, morreram no Estado 44.413 homens e 37.927 mulheres.

4,8 mulheres, a cada 100 mil, foram assassinadas no Brasil em 2013, segundo o Mapa da Violência. Isso equivale a 48 vezes mais feminicídios do que os registrados no Reino Unido.

Na região, entre 2012 e 2017, 74 mulheres foram vítimas de feminicídio. Ou seja, uma a cada 7,9 mil mulheres foi assassinada apenas pela condição de ser mulher. Na maior parte dos casos, o agressor é alguém próximo da vítima.

Tramandaí é o 50º município brasileiro com maior taxa de homicídios de mulheres, segundo o Mapa da Violência, de 2013. Na cidade, a cada 100 mulheres, em média 12,8 são assassinadas. Entre 100 municípios com mais de 10 mil habitantes, é o único gaúcho da lista.

Na região, no ano passado, 5.137 mulheres foram vítimas de ameaças e outras 2.780 foram agredidas fisicamente.

As mulheres correspondem a 17,3% dos efetivos das Polícias Militar e Civil no Rio Grande do Sul. Na área do 32º BPM, atuam 38 brigadianas. No 3º BPM, são 33 policiais militares mulheres.

No Estado há 314 delegados e 149 delegadas da Polícia Civil.

Em todo o mundo, 35% das mulheres já sofreram, em algum momento das suas vidas, violência física e/ou sexual, segundo a Comissão Estatística das Nações Unidas.

A taxa de analfabetismo na Região Sul do Brasil é maior entre as mulheres. 4,3% delas são analfabetas, enquanto os homens são apenas 3,4%, conforme o IBGE.

No Rio Grande do Sul, as mulheres correspondem a 51,5% da população alfabetizada e são 53,3% dos analfabetos.

Um dado positivo para as mulheres: no Brasil, segundo o IBGE, 16,9% das mulheres com mais de 25 anos têm ensino superior completo. Os homens nesta classificação são 13,5%.

No Rio Grande do Sul, em 2012, ocorreram 3.276 óbitos de mulheres em idade fértil. 13,7% destes óbitos ocorreram no Vale do Sinos, conforme o ObservaSinos.

Conforme o IBGE, a taxa de fecundidade da Região Sul do Brasil é de 45,6% entre mulheres de 15 a 19 anos.

Segundo o Inca, em 2015, morreram 8.270 mulheres em decorrência de Câncer no Rio Grande do Sul. Os homens foram 9.906.

A nadadora Maria Lenk foi a primeira mulher brasileira a participar dos Jogos Olímpicos, em 1932.

A primeira medalha de ouro feminina brasileira só surgiu em Atlanta, em 1996, com Jaqueline Silva e Sandra Pires no vôlei de praia. A masculina foi obtida 76 anos antes, em 1920, na modalidade de tiro esportivo, com Guilherme Paraense. Entre os quatro maiores medalhistas olímpicos do Brasil, não há nenhuma mulher.

Conforme pesquisa feita em 2011 pela Rede Brasil Voluntário e Ibope, as mulheres são 53% do total de voluntários no Brasil.