14/09/2016
Correio do Povo
Economia | Pág. 7
Clipado em 14/09/2016 02:09:37
PIB
RS mostra melhor desempenho
Apesar das taxas negativas tanto no Estado quanto no país, cenário local ainda superou o nacional

Pelo segundo trimestre consecutivo, a economia gaúcha apresenta desempenho mais favorável que o nacional, apesar de ambos os cenários serem de retração. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre foram divulgados ontem pelo Núcleo de Contas Regionais da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Em relação ao mesmo período de 2015, a taxa de desempenho do PIB do RS ficou negativa em 3,1%, enquanto a queda na economia brasileira chegou a 3,8%. Em ambos os casos, o cenário recessivo foi menor do que o registrado no primeiro trimestre de 2016.

E no comparativo com o desempenho da economia nacional o RS traz resultados melhores em todas as grandes atividades: agropecuária (-0,8% no RS e -3,1% no país), indústria (-2,5% e -3% ) e serviços (-2,0% e -3,3%). O Valor Adicionado Bruto total no trimestre teve queda de 2,6% no Rio Grande do Sul, e os impostos líquidos caíram 7%. O recuo na arrecadação de impostos resulta da queda de algumas atividades com peso significativo nos tributos, basicamente fumo e derivados de petróleo. O destaque positivo do setor industrial foi a construção, que, apesar da taxa modesta no trimestre, 1%, mostra o primeiro resultado de crescimento após oito trimestres de redução em um setor de peso tanto na geração de empregos quanto na estrutura econômica do Estado.

Segundo Roberto Rocha, coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, “como o nível de atividade recuou muito nos últimos dois anos e o estoque de imóveis à venda também está baixo, qualquer atividade que cresce impacta o valor adicionado pela construção”. Apesar de modesto e ainda com nível de atividade significativamente inferior, o crescimento do setor tem impacto no nível de ocupação tanto de empregados quanto de trabalhadores por conta própria, pondera o economista. Também foi significativa a queda menor da indústria de transformação (-7,6% no trimestre anterior e -5,3% neste) que decorreu da melhora na maioria das atividades. A explicação principal para o resultado vem da exportação da indústria de transformação, que avançou 13,5% em volume no trimestre.