15/12/2017
Correio do Povo
Economia | Pág. 8
Clipado em 15/12/2017 04:12:40
Porto Alegre é a sexta maior economia do país
Valor vai a R$68,1 bi acumulados ou 1,14% do total. Dados estão no relatório do IBGE sobre evolução do PIB

Rio — O IBGE divulgou ontem o relatório com a evolução do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas no país) dos municípios brasileiros de 2010 a 2015. Os dados mostram Porto Alegre como o sexto PIB nacional, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. A Capital teve R$ 68,1 bilhões acumulados, representando 1,14% do PIB do país. São Paulo, com R$ 650,5 bilhões, abrange 10,85% da economia do nacional. Os números também mostram que o Rio Grande do Sul tem quatro municípios entre os 100 maiores PIBs do Brasil.

Além de Porto Alegre, Caxias do Sul (44º), Canoas (50º) e Gravataí (92º) estão na lista. Levando em conta apenas a Região Sul, Porto Alegre é a segunda maior economia, atrás de Curitiba. A capital paranaense movimentou R$ 83,8 bilhões. Juntas, as duas cidades totalizam 15% do PIB regional. Em termos de participação na produção do PIB industrial, Porto Alegre não apresentou variação na economia nacional entre 2010 e 2015. A Capital permaneceu com 0,6% de representatividade. São Paulo, a líder, teve 6,4%. Porto Alegre se destaca no setor de serviços, com uma representatividade de 1,6%, em sétima posição. Além disso, aumentou em 0,1% o acumulado do setor em relação a 2014.

O maior PIB per capita de 2015, que na média do país chegou a R$ 29,3 mil, foi o do município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, com R$ 513,1 mil. Em seguida vêm Paulínia e Louveira (ambos em São Paulo, com R$ 276,9 mil e R$ 271,2 mil), Triunfo (RS), Selvíria (MS), Gavião Peixoto e Ilha Bela (São Paulo), São Francisco do Conde (BA), São João da Barra (RJ) e Araporã (MG). Na outra ponta, Novo Triunfo, na Bahia, aparece como detentor da menor renda per capita entre todos os 5.570 municípios da federação: R$ 3. 369,79. O levantamento do IBGE foi realizado em parceria com órgãos de estatística, secretarias estaduais e Superintendência da Zona Franca de Manaus.

Crise afeta área industrial

As atividades mais importantes para os municípios com maior PIB no RS são indústria e serviços. Os municípios industriais, porém, foram os mais afetados pela crise. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) Municipal para 2015 foram divulgados ontem pelos economistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Roberto Rocha, coordenador do Núcleo de Contas Regionais, e Guilherme Risco. Porto Alegre detém o maior PIB (R$ 68,1 bilhões), seguido por Caxias do Sul, Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Santa Cruz do Sul, Triunfo, Pelotas e Rio Grande.

Os dez maiores municípios representaram 42% do PIB total do Estado. Esses municípios têm, em geral, maior participação da indústria e dos serviços no Valor Adicionado Bruto (VAB) e menor participação da agropecuária. O setor de serviços se destaca como atividade mais importante, responsável pela maior parte do valor gerado. O maior VAB da agropecuária foi gerado em Cachoeira do Sul (1,4%), onde as produções de soja e arroz são as principais atividades. Tiveram destaque também Uruguaiana (1,4%), Tupanciretã (1,3%), Dom Pedrito (1,3%) e Alegrete (1,3%).

25%da riqueza nas mãos de sete

Em 2015, apenas sete dos 5.570 municípios brasileiros respondiam por 25% do PIB: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Manaus. Palmas foi a capital com o menor PIB. Os números indicam que em 2015 esses municípios concentravam 14,3% da população brasileira, estimada na época em pouco mais de 204 milhões de habitantes. A pesquisa do IBGE mostra desigualdades regionais, tanto do ponto de vista de concentração das riquezas quanto da distribuição entre a população. Indica, por exemplo, que em 2015 os dez municípios com os maiores PIBs per capita somaram 1,3% de todo o produto brasileiro e apenas 0,1% da população.

Segundo o levantamento do IBGE, quando agregados, os 64 municípios de maior PIB concentram a metade do PIB nacional e 33,3% da população. Em contrapartida, os 1.353 municípios que em 2015 pertenciam à última faixa de influência sobre as riquezas do país responderam por 1% do PIB e concentraram apenas 3,2% da população. Encontravam- se nessa situação 73,2% dos municípios do Piauí, 59,6% dos municípios da Paraíba, 51,8% dos municípios do Tocantins e 48,5% dos municípios do Rio Grande do Norte. Para o IBGE, isso “mostra a concentração e a difusão espacial da geração do PIB brasileiro”.

Excluindo-se as capitais, 10 municípios geravam, individualmente, mais de 0,5% do PIB e juntos agregavam 7,4% do PIB em 2015. Desses municípios, os sete primeiros têm em comum a integração entre a indústria e os serviços e são quase todos paulistas: Osasco, que gerou 1,1% em 2015 liderou o ranking. No Rio, lideram Duque de Caxias e Campos dos Goytacazes.

Caxias cede lugar à Capital

No ranking dos municípios com maior Valor Adicionado Bruto (VAB) industrial, Caxias do Sul perdeu o primeiro lugar para Porto Alegre. Isso porque, segundo o economista Guilherme Risco, “a crise de 2015 afetou os setores metal-mecânico e o automotivo”. Em movimento oposto, Canoas e Triunfo melhoraram suas posições. “Com a recuperação do preço dos combustíveis e tendo uma refinaria no município, Canoas recuperou uma posição. Triunfo volta a estar entre os 10 maiores PIBs do Estado, com crescimento no Valor Agregado do Polo Petroquímico, puxado pela melhora dos preços do setor”, explicou Risco.

O município com maior PIB per capita do Estado continua sendo Triunfo, devido à presença do Polo. Na sequência, destacam- se Pinhal da Serra e Aratiba, ambos pela geração de energia. Seguem Muitos Capões (soja e milho), Tupandi (móveis), Pinhal Grande (energia), André da Rocha (silvicultura e soja), Roque Gonzales (energia), Santa Margarida do Sul e Capão do Cipó (soja). Porto Alegre apresentou, em 2015, o maior VAB de serviços (22,9% do setor), seguido por Caxias do Sul (5,18%), Canoas (3,84%), Passo Fundo (2,53%) e Pelotas (2,51).