30/11/2017
O Sul Online
Geral | Pág. 29
Clipado em 30/11/2017 02:11:07
A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre em outubro foi a mais alta para o mês desde 2007

A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre subiu de 10,3% em setembro para 12% em outubro deste ano, segundo dados divulgados nesta quartafeira (29) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), pela FEE (Fundação de Economia e Estatística) e pela FGTAS (Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social). Foi o índice mais alto para outubro desde 2007. Essa intensa elevação do desemprego deveu-se à queda na ocupação de -2,7%, segundo a FEE. Ou seja, a redução no número de trabalhadores ocupados resultou em um aumento de 29 mil pessoas desempregadas em relação ao mês anterior.

Em outubro, o número total de desempregados foi estimado em 222 mil pessoas. No setor privado, registrouse retração do emprego com carteira assinada (menos 30 mil, ou 3,3%) e aumento do sem carteira (mais 7 mil, ou 8,4%). Para a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, a mudança que se identificou nos números precisa ser compreendida, comparada e acompanhada. “Uma das hipóteses possíveis é considerar um cenário de ajuste no mercado de trabalho a partir da reforma na legislação trabalhista, que entrou em vigor no início de novembro. Mas esse é um dos fatores que devem ser observados junto aos demais condicionantes do mercado de trabalho”, diz.

Com referência aos setores de atividade econômica, houve redução nos serviços (menos 26 mil ou 2,9%), na indústria de transformação (menos 16 mil ocupados, ou 5,3%), e no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 7 mil ocupados, ou -2,1%). O setor da construção foi o único em que se registrou aumento (mais 4 mil ocupados, ou 3,2%). A economista do Dieese, Virgínia Rolla Donoso, diz que o setor da construção é muito vinculado ao trabalho autônomo. “O resultado positivo nesse segmento pode estar associado a uma estratégia de sobrevivência, quando não se consegue espaço no trabalho formal”, afirma.

Os dados mostram diminuição do total de assalariados (menos 22 mil, ou -1,9%) devido à retração no setor privado (menos 23 mil, ou -2,3%), enquanto o setor público apresentou relativa estabilidade (mais 1 mil, ou 0,6%). Houve ainda redução nos trabalhadores autônomos (menos 13 mil, ou -5,3%), nos empregados domésticos (menos 8 mil, ou -7,3%), e nas demais posições (menos 3 mil, ou -1,8%). De agosto para setembro de 2017, a massa de rendimentos reais aumentou para os ocupados (2,1%) e para os assalariados (0,9%).

A PED-RMPA (Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre) é desenvolvida pela FGTAS, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos; em parceria com a Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão, por meio da FEE; em convênio com o Dieese e a Fundação Seade de São Paulo. Conta, ainda, com apoio do Ministério do Trabalho e recursos financeiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador.