26/10/2017
Jornal do Comércio
Economia | Pág. 8
Clipado em 26/10/2017 01:10:10
Desemprego se mantém estável em Porto Alegre
Índice de setembro foi 10,3% da população economicamente ativa

Contrariando movimento de anos anteriores, quando ocorreu redução da força de trabalho em Porto Alegre e Região Metropolitana (principalmente entre jovens até 24 anos e indivíduos com mais de 60 anos), em setembro 47 mil pessoas voltaram ao mercado. Neste mesmo período foram gerados 42 mil novos empregos, com aumento da ocupação na indústria de transformação (mais 18 mil ocupados, ou 6,4%), na construção (mais 9 mil, ou 7,8%) e nos serviços (mais 18 mil, ou 2,0%).

Desse total, um contingente de 5 mil pessoas fez volume ao total de desempregados, representando aumento em relação ao mês de agosto de 2017, somando 193 mil pessoas procurando emprego em setembro. Na comparação entre os meses de setembro de 2016 e setembro de 2017, a taxa de desemprego total diminuiu de 11% para 10,3% da População Economicamente Ativa (PEA), e a taxa de desemprego aberto reduziu de 9,9% para 9,3%.

Além disso, o contingente de desempregados diminuiu (-8,5%) nesse período, com menos 18 mil pessoas procurando trabalho. As informações são da Pesquisa Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA), divulgadas ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas).

Segundo o relatório, em setembro a taxa de desemprego aberto também ficou praticamente estável, ao passar de 9,2% em agosto para 9,3% da PEA, enquanto o nível ocupacional aumentou (2,6%), sendo estimado um contingente de 1,67 milhão de ocupados. “Houve uma redução no número de vagas no comércio e na reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 3 mil ocupados, ou -0,9%)”, pondera a economista e pesquisadora da FEE Cecília Hoff. Ela explica que a estabilidade da taxa de desemprego é resultado do aumento da ocupação ter sido inferior à expansão da força de trabalho.

“Percebe-se uma recuperação da ocupação lado a lado com o crescimento da força de trabalho, mas ainda há redução de ambos na comparação anual”, destaca Cecília. Segundo a pesquisadora, uma parcela “importante” da recuperação mensal se deve ao aumento do emprego na indústria de transformação, que gerou 18 mil vagas (aumento de 6,4%) em resposta à melhora nas exportações.

“Há indícios de recuperação da economia, mas o processo é longo e deve levar mais alguns anos para atingirmos os patamares de produção e emprego anteriores à crise”, alerta. Cecília também observa que a taxa de desemprego aumentou para mulheres e jovens de 16 a 24 anos e acima de 40 anos e reduziu para homens e pessoas com idade entre 25 e 39 anos. Ainda de acordo com o estudo, a construção civil gerou mais 9 mil empregos (ou 7,8%) e os serviços mais 18 mil (2,0%).

Deste total, 22 mil novas vagas (2,3%) atenderam ao setor privado, sendo que, destas, 16 mil contemplaram trabalhadores assalariados com carteira. “Também segue aumentando o contingente de empregados domésticos”, observa Cecília. Em setembro foram abertas 11 mil vagas (11,2%) neste segmento.